Partido Liberal Democrata (Japão)
O Partido Liberal Democrata (em japonês: 自由民主党; rōmaji: Jiyū-Minshutō), frequentemente abreviado como PLD (em japonês: 自民党; rōmaji: Jimintō), é um partido político japonês. É o maior partido do Japão, forma um governo de coalizão com o partido Novo Komeito e vem mantendo-se regularmente no poder desde sua fundação, em 1955, abrangente membros de diversas ideologias e grupos de interesse. Por esses motivos, o partido é considerado um "partido pega-tudo" conservador.[9] A sigla conta com membros como o primeiro-ministro Fumio Kishida, o ex-primeiro-ministro, Shinzō Abe morto em 2022 e demais ministros que fazem parte da Nippon Kaigi, uma organização considerada ultranacionalista[10] e monarquista.[11]
Partido Liberal Democrata 自由民主党 Jiyū-Minshutō | |
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Presidente | Fumio Kishida |
Vice-presidente | Tarō Asō |
Secretário-geral | Toshimitsu Motegi |
Fundação | 15 de novembro de 1955 (68 anos) |
Sede | Nagatachō, Chiyoda, Tóquio, Japão |
Ideologia | Conservadorismo[1] Conservadorismo social[2] Liberalismo econômico[a][4] Nacionalismo japonês[5] Pega-tudo |
Espectro político | Direita[6] |
Publicação | Jiyū Minshu[7] |
Membros (2021) | 1 136 445[8] |
Conselheiros | 109 / 245 |
Representantes | 263 / 465 |
Prefeitos | 1 031 / 2 668 |
Cores | Verde Vermelho |
Slogan | "A Responsabilidade de Proteger o Japão" |
Símbolo eleitoral | |
Página oficial | |
jimin.jp | |
Política do Japão Partidos políticos Eleições |
Depois de uma vitória contundente nas eleições legislativas de 2005, o PLD manteve uma maioria absoluta na Câmara dos Representantes do Japão. Shinzo Abe sucedeu Junichiro Koizumi, então primeiro-ministro, como presidente do partido no dia 20 de setembro de 2006. Após uma grave derrota nas eleições de 2007, o partido perdeu a maioria na Câmara dos Conselheiros. Em 12 de setembro de 2007, Abe, repentinamente, renunciou de seu cargo como primeiro-ministro e foi substituído por Yasuo Fukuda. Após a eleição de 16 de dezembro de 2012, a sigla conseguiu eleger a maioria da Câmara Baixa da Dieta, contando com 328 das 478 cadeiras. Assim, em 26 de dezembro, Abe foi reconduzido ao posto de primeiro-ministro até renunciar novamente em 16 de setembro de 2020 e ser substituído por Yoshihide Suga.[12][13][14][15]
O PLD não deve ser confundido com os extintos Partido Democrático do Japão (民主党; Minshutō) e Partido Democrático (民進; Minshintō). A sigla também não deve ser confundida com o Partido Liberal (自由党; Jiyūtō), existente de 1998 a 2003, ou com o Partido Liberal (自由党; Jiyū-tō), existente de 2016 a 2019.
Histórico
O PLD permaneceu no poder na maior parte do tempo desde sua fundação até os dias atuais, exceto por dois períodos: entre 1993 e 1994, com a formação de um governo de coalizão que deixou o PLD de fora; Um segundo período que em esteve ausente do poder foi durante os governos do Partido Democrático do Japão, entre 2009 e 2012.
Fundação e primeiros anos
O PLD foi criado em 1955 com a união do Partido Liberal (自由党; Jiyutō), liderado por Shigeru Yoshida, com o Partido Democrático do Japão (日本民主党; Nihon Minshutō), liderado por Ichirō Hatoyama. Ambas siglas concordaram em se unir para formar um partido unificado contra o Partido Socialista do Japão, que na época era bastante popular entre o eleitorado japonês. O PLD venceu as seguintes eleições que foram realizadas e conseguiu formar o primeiro governo conservador no Japão com uma grande maioria. Desde então, conseguiu se manter no governo até 1993.
O PLD começou reorientando a política externa do Japão, com medidas que vão desde a adesão e participação ativa na ONU, até o restabelecimento de contatos diplomáticos com a URSS. Na maioria das eleições que ocorreram após 1955, tornou-se a força política com mais votos, praticamente tendo como oposição apenas o Partido Socialista do Japão e o Partido Comunista do Japão. Por isso, entre as décadas de 1950 e 1970, os EUA, por meio da CIA, gastou milhões de dólares durante as campanhas eleitorais japonesas buscando aumentar o apoio popular ao PLD e, por sua vez, contra os partidos e movimentos considerados de esquerda, como os socialistas e comunistas.[16][17] Apenas nos 1990 a interferência dos EUA foi revelada ao público pelo jornal estado-unidense The New York Times.
Período recente
Cinco anos após seu retorno ao poder em 1996, o PLD ficou sob a liderança de Junichiro Koizumi. Com outra vitória nas eleições gerais de 2005, manteve a maioria absoluta na Dieta Nacional e formou um governo de coalizão com o partido Novo Kōmeitō. O período de governo de Koizumi foi marcado por sua aliança com então presidente estado-unidense George W. Bush, políticas descritas como populistas de direita[18][19][20][21] e a privatização dos correios japoneses, que em questões econômicas, era o principal objetivo do governo Koizumi.[22][23]
Shinzō Abe sucedeu Junichiro Koizumi como presidente do partido em 20 de setembro de 2006, embora só tenha ocupado o cargo por um curto período. Nesse contexto, o partido sofreu uma grande derrota nas eleições de 2007 para a Câmara dos Vereadores e perdeu a maioria nesta Câmara pela primeira vez em sua história. Em 12 de setembro de 2007, Abe renunciou ao cargo de primeiro-ministro e líder do partido, e foi sucedido por Yasuo Fukuda, que por sua vez renunciou em 1º de setembro de 2008, após apenas um ano no cargo. Em seguida, o veterano Tarō Asō assumiu a liderança do governo e do partido, mas nas eleições gerais de 2009, o PLD sofreu um grande revés eleitoral contra o Partido Democrático do Japão (民主党; Minshutō) ao perder 177 assentos no parlamento, o que levou à sua saída do governo.[24][25] Essa derrota acabou com pouco mais de meio século de governos conservadores.
Entretanto, após três anos de governo, o Partido Democrático do Japão sofreu uma forte erosão e nas eleições gerais de 2012, o PLD, novamente sob a liderança de Shinzō Abe, obteve uma vitória massiva e retornou ao poder.[26] Desde então, os conservadores permanecem liderando o governo japonês.
Resultados eleitorais
Eleições legislativas
Ano | M. Uninominal | M. Proporcional | Deputados | +/- | Status | ||||||
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Cl. | Votos | % | +/- | Cl. | Votos | % | +/- | ||||
1958 | 1.º | 23 480 170 | 59,1 / 100 | 298 / 467 | Governo | ||||||
1960 | 1.º | 22 950 404 | 58,1 / 100 | 1,0 | 300 / 467 | 2 | Governo | ||||
1963 | 1.º | 22 972 892 | 56,0 / 100 | 2,1 | 283 / 467 | 17 | Governo | ||||
1967 | 1.º | 22 447 838 | 48,8 / 100 | 7,2 | 277 / 486 | 6 | Governo | ||||
1969 | 1.º | 22 381 570 | 47,6 / 100 | 1,2 | 288 / 486 | 11 | Governo | ||||
1972 | 1.º | 24 563 199 | 46,9 / 100 | 0,7 | 271 / 491 | 17 | Governo | ||||
1976 | 1.º | 23 653 626 | 41,8 / 100 | 5,1 | 249 / 511 | 22 | Governo | ||||
1979 | 1.º | 24 084 130 | 44,6 / 100 | 2,8 | 248 / 511 | 1 | Governo | ||||
1980 | 1.º | 28 262 442 | 47,9 / 100 | 3,3 | 284 / 511 | 36 | Governo | ||||
1983 | 1.º | 25 982 785 | 45,8 / 100 | 2,1 | 250 / 511 | 34 | Governo | ||||
1986 | 1.º | 29 875 501 | 49,4 / 100 | 3,6 | 300 / 512 | 50 | Governo | ||||
1990 | 1.º | 30 315 417 | 46,1 / 100 | 3,3 | 275 / 512 | 25 | Governo | ||||
1993 | 1.º | 22 999 646 | 36,6 / 100 | 9,5 | 223 / 511 | 52 | Oposição | ||||
1996 | 1.º | 21 836 096 | 38,6 / 100 | 2,0 | 1.º | 18 205 955 | 32,8 / 100 | 4 | 239 / 500 | 16 | Governo |
2000 | 1.º | 24 945 807 | 41,0 / 100 | 2,4 | 1.º | 16 943 425 | 28,3 / 100 | 4,5 | 233 / 480 | 6 | Governo |
2003 | 1.º | 26 089 326 | 43,9 / 100 | 2,9 | 2.º | 20 660 185 | 35,0 / 100 | 6,7 | 237 / 480 | 4 | Governo |
2005 | 1.º | 32 518 389 | 47,8 / 100 | 3,9 | 1.º | 25 887 798 | 38,2 / 100 | 3,2 | 296 / 480 | 59 | Governo |
2009 | 2.º | 27 301 982 | 38,7 / 100 | 9,1 | 2.º | 18 810 217 | 26,7 / 100 | 11,5 | 119 / 480 | 177 | Oposição |
2012 | 1.º | 25 643 309 | 43,0 / 100 | 4,3 | 1.º | 16 624 457 | 27,8 / 100 | 1,0 | 294 / 480 | 175 | Governo |
2014 | 1.º | 25 461 448 | 48,1 / 100 | 5,1 | 1.º | 17 658 916 | 33,1 / 100 | 5,5 | 291 / 475 | 3 | Governo |
2017 | 1.º | 26 500 776 | 47,8 / 100 | 0,1 | 1.º | 18 555 717 | 33,3 / 100 | 0,2 | 284 / 465 | 7 | Governo |
2021 | 1.° | 27 626 157 | 48,1 / 100 | 0,3 | 1.° | 19 914 883 | 34,7 / 100 | 1,4 | 261 / 465 | 23 | Governo |