Privilégio do branco
Le privilège du blanc ("o privilégio do branco") é um termo francês usado numa tradição protocolar onde a determinadas rainhas e princesas católicas é permitido usar um vestido branco e uma mantilha branca durante a audiência com o Papa. O termo italiano é il privilegio del bianco.
A Prefeitura da Casa Pontifícia dá instruções especiais, por vezes, onde o privilégio pode ser usado, tal como durante audiências papais ou para as missas inaugurais do início do pontificado de um papa.
Uma princesa ou rainha católica mantém o privilégio a critério do Papa, por se manter publicamente católica, ou casada com outro monarca católico, ou apenas quando garantido por dispensa do pontífice. Alguém da realeza católica pode também livremente escolher usar este privilégio mediante a importância da ocasião, e o direito ao privilégio não lhes é negado caso escolham usar preto em determinadas audiências papais.
História
O protocolo para as audiências papais requerem formalmente que as senhoras usem um vestido preto longo com gola alta, mangas compridas e mantilha preta.[1][2]
Algumas rainhas e princesas católicas têm sido tradicionalmente isentas de usar preto. As rainhas de Itália, Bélgica e Espanha, a Grã-duquesa do Luxemburgo e as princesas da Casa de Saboia é-lhes permitido usar um vestido branco e uma mantilha branca para uma audiência papal.
O privilégio não é concedido a todas as esposas de todos os monarcas católicos ou às esposas de monarcas não católicos. Apesar de serem católicos, não é concedido à esposa do Rei do Lesoto, ou à esposa do Príncipe do Liechtenstein, nem (até 2013) o era à esposa do Príncipe do Mónaco. O privilégio não é concedido, também, à Rainha Máxima da Holanda, esposa católica do protestante Rei Guilherme Alexandre.
Elegibilidade atual
Até 2015, as seguintes personalidades são elegíveis de usar o privilégio:
- Rainha Sofia de Espanha (pela ascensão ao trono do seu marido em 1975);
- Rainha Paola da Bélgica (pela ascensão ao trono do seu marido em 1993);
- Grã-duquesa Maria Teresa do Luxemburgo (pela ascensão ao trono do seu marido em 2000);
- Rainha Matilde da Bélgica (pela ascensão ao trono do seu marido em 2013);
- Rainha Letícia de Espanha (pela ascensão ao trono do seu marido em 2014);[3]
- Princesa Charlene do Mónaco (desde o seu casamento com o Príncipe do Mónaco em 2013)
- Marina, Princesa de Nápoles, Duquesa de Saboia.
Recentemente
Marina, Princesa de Nápoles, esposa de Vítor Emanuel, Príncipe de Nápoles, chefe da Casa de Saboia, usou o privilégio a 18 de maio de 2003 durante a missa de aniversário do Papa João Paulo II, como princesa da Casa de Saboia.[4]
A 12 de janeiro de 2013, Charlene, Princesa do Mónaco, esposa de um monarca católico, também usou o seu privilégio numa audiência com o Papa Bento XVI. A Sala de Imprensa da Santa Sé mais tarde emitiu um comunicado à Imprensa que, "de acordo com o cerimonial prescrito do Vaticano para soberanos Católicos, foi permitido à Princesa usar um vestido branco."[5] Charlene não usou indumentária branca para a missa inaugural do Papa Francisco, em 2013, nem usou branco para a missa de canonização do Papa João Paulo II e do Papa João XXIII, em 2014.
Cherie Blair (esposa do então primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair) foi duramente criticada por usar vestuário branco aquando da visita ao Papa Bento XVI a 28 de abril de 2006. Tony Blair estava a falar numa conferência no Vaticano com crianças e demais jovens. O Papa Bento, sabendo que a esposa se encontrava no Vaticano, pediu-lhe que se encontrassem dando-lhe apenas alguns minutos de antecedência, forçando-a a adequar a sua roupa a pedido do próprio pontífice.[6]
Ocasiões usadas
O privilège du blanc não é usado em todas as reuniões com o Papa, mas normalmente apenas reservado para as ocasiões mais importantes no Vaticano e continua a ser um critério pessoal seguido pela pessoa da realeza em questão, por vezes através de convite pela Prefeitura da Casa Pontifícia. O privilégio é, contudo, retido por dispensa papal.
De entre as várias ocasiões em que o privilège du blanc foi usado, encontram-se as seguintes: