Ken Wilber

escritor norte-americano
(Redirecionado de Psicologia Integral)


Ken Wilber (Kenneth Earl Wilber Jr., Oklahoma City, Estados Unidos, 31 de janeiro de 1949) é um famoso pensador e criador da Psicologia Integral, e de forma mais geral do Movimento Integral.

Ken Wilber
Ken Wilber
Nascimento31 de janeiro de 1949
Oklahoma City
CidadaniaEstados Unidos
Alma mater
Ocupaçãoescritor, filósofo
Obras destacadasSex, Ecology, Spirituality
Religiãobudismo
Página oficial
https://integrallife.com/
Pensamento Integral
Pensadores Históricos:
Pensadores Contemporâneos:
Temas:
Organizações:
  • Cal. Inst. of Integral Studies
  • Integral Institute

Sua obra concentra-se basicamente na integração de todas as áreas do conhecimento (ciência, arte, filosofia, espiritualidade). A preocupação em unir ciência e religião apoia-se em sua própria experiência e na de diversos místicos de algumas das grandes tradições de sabedoria, tanto ocidentais quanto orientais; aliado à sua releitura transpessoal da psicologia analítica de Carl Gustav Jung.

Mesmo sendo considerado um fundador da escola da Psicologia Transpessoal, desde então ele se dissociou dela. Em 1998 Wilber fundou o Instituto Integral (Integral Institute), organização que reúne os inúmeros pensamentos nas questões sobre a ciência e a sociedade de maneira integral. Ele tem sido pioneiro no desenvolvimento da Psicologia Integral, da Política Integral - e, mais recentemente, de uma nova Espiritualidade Integral.

No dia 4 de Janeiro de 1997, o jornal alemão Die Welt declarou Wilber como "o maior pensador no campo da evolução da consciência", ao passo que a Publishers Weekly chamou-o de "o Hegel da espiritualidade oriental".[1]

Obra

No Brasil, Ken Wilber é mais conhecido pela fase inicial de seus trabalhos, em especial pelos livros "Espectro da Consciência" e "Projeto Atman". Contudo, sua maior contribuição - a proposta de integração de todas as áreas do conhecimento humano - ainda estaria por vir.[2]

Em seus novos trabalhos, Wilber dedica-se à prospecção de uma "Teoria de Tudo", um metamodelo do conhecimento já produzido que possa unificar e estruturar a visão do que chama de Kosmos: físico, vida, mente, alma e espírito. Em "Consciência Cósmica" (Kosmic Consciousness), Wilber começou o que ele se intitula: contador de histórias e criador de mapas. Suas histórias falam sobre questões universais e seus mapas integram várias perspectivas do cosmos.[2]

Em "Uma Teoria de Tudo" (A Theory of Everything), texto introdutório ao paradigma integral, Wilber sintetiza suas teorias e ferramentas, e propõe uma visão integral - e unificável - para os negócios, a política, a ciência e a espiritualidade. Em "Espiritualidade Integral", Wilber expande sua visão Integral para formular uma nova teoria para a espiritualidade, propondo um papel inovador para a religião, transcendência e sua aplicação no cotidiano. Ken Wilber possui também uma obra de ficção (Boomerite: Um Romance que deixará você livre), onde seus questionamentos e conceitos podem ser absorvidos didaticamente ao serem retratados no cotidiano de um homem de seu tempo.[2]

Recepção

Wilber foi categorizado primeiramente como New Age[3] devido a sua ênfase na visão transpessoal e, mais recentemente, como filósofo. A Publishers Weekly chamou-o de "o Hegel da espiritualidade oriental".[1]

Wilber é creditado com a ampliação do apelo de uma "filosofia perene" para um público muito mais amplo. Figuras culturais tão variadas quanto Bill Clinton,[4] Al Gore, Deepak Chopra, Richard Rohr,[5] e o músico Billy Corgan.[6] mencionaram sua influência. Contudo, a abordagem de Wilber tem sido criticada como “comercializado da espiritualidade”.[7] Inúmeros críticos citam problemas com interpretações de Wilber e citações imprecisas de suas fontes amplas, bem como questões estilísticas com repetições gratuitas, além da duração excessiva do livro e uso de hipérboles.[8]

Steve McIntosh elogia o trabalho de Wilber, mas também argumenta que Wilber não consegue distinguir "filosofia" de sua própria religião Vedanta e Budista.[9] Christopher Bache é elogioso em alguns aspectos do trabalho de Wilber, mas chama o estilo de escrita de Wilber de simplista.[10]

O psiquiatra Stanislav Grof elogiou o conhecimento e o trabalho de Wilber nos mais altos termos;[11] entretanto, Grof criticou a omissão dos domínios pré e perinatais do espectro de consciência de Wilber, e a negligência de Wilber da importância psicológica do nascimento biológico e da morte. Grof descreveu os escritos de Wilber como tendo um "estilo polêmico frequentemente agressivo que inclui ataques ad personam fortemente enunciados e não conduz a um diálogo pessoal.”[12]

Bibliografia em português

Em parceria com outros autores:

  • Vida depois da morte: a ciência na fronteira do mistério (Ken Wilber, Rupert Sheldrake, Stamislav Grof, Gary Doore; Esquilo, 2005, ISBN 972860548x)

Fases de Ken Wilber

O próprio filósofo define sua obra em 5 fases:

  • Na Fase 1, (-1979), se identifica com a psicologia junguiana e a filosofia romântica, vendo o crescimento espiritual como um retorno ao Self.
  • Na Fase 2, de 1980 a 1982, adentra a psicologia do desenvolvimento, aprofunda seus estudos da consciência, agregando "filosofias de vida" ocidentais e orientais. Nesta fase, o crescimento espiritual é fruto do processo de amadurecimento.
  • Na Fase 3, de 1983 a 1987, compreende o amadurecimento como um processo complexo, onde é necessário um equilíbrio do Self entre o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e espiritual; dentre outros.
  • de 1987 a 1995, praticamente não publica, devido a questões pessoais - em especial a grave doença de sua esposa, falecida em 1989.
  • Na Fase 4, de 1995 a 2001, sua teoria ganha dimensões socioculturais, através da teoria dos quadrantes (eu, isto, nós, istos; intencional, neurológico, cultural e socioeconômico), a aplicação dos mesmos a todo o conhecimento humano, sua interdependência, e o "fundamentalismo" de visões (filosofia, ciências, espiritualidade, psicologia, etc) baseadas em apenas um destes aspectos.
  • Na Fase 5, "pós-metafísica" (2001-), Wilber parte para uma visão mais integral de sua teoria. A questão transcendente permanece, mas há uma compreensão de todos os níveis da Espiral Dinâmica, inclusive os "mundanos"; em lugar de sua abordagem metafísica (evolução/involução) anterior. Seu próprio modelo passa a ter uma abrangência que se estende a todos os quadrantes, tipos, níveis, linhas e estados previamente definidos em sua prospecção do conhecimento humano.

Conceitos

No modelo de Ken Wilber, a consciência se organiza em esferas evolutivas que sucessivamente incluem e transcendem a camada anterior. A vida inclui e transcende a organização física e molecular onde ocorre; a mente, por sua vez, inclui e transcende a vida; a alma inclui e transcende a mente; e o espírito, a alma.

  • A: Matéria / Física - A
  • B: Vida / Biologia - A+B
  • C: Mente / Psicologia - A+B+C
  • D: Alma (sutil) / Teologia - A+B+C+D
  • E: Espírito (causal) / Misticismo - A+B+C+D+E

A ideia que qualquer "todo" conhecido é apenas um "holon" (parte de um "todo maior", conceito holístico emprestado de Arthur Koestler), aplica-se a átomos, moléculas e organismos; letras, palavras, frases, páginas, livros e ideias; e à própria consciência humana, um holon que se manifesta em quatro quadrantes: eu, isto, nós, "istos" (isto coletivo).

Por este modelo, as camadas vistas como "inferiores" (comum a vários sistemas filosóficos e religiosos), seria um equívoco; assim como o descarte, por parte de alguns campos da ciência, de toda esfera que transcenda os limites de sua visão.

A visão científica em geral considera um "cosmos" a realidade física como "todo", e não um holon. Isso implica a visão de que apenas a física e causalidade seriam as ciências perfeitas e reais. Wilber propõe a retomada do conceito grego de "Kosmos", que inclui não só a matéria, mas também a vida, a mente, a alma e o espírito. Assim, uma visão materialista encontraria explicações para o domínio de seu "olho do físico", criando teorias para o cosmos. Já uma visão de Kosmos implicaria o desenvolvimento de um "Olho do Espírito", uma vez que causas oriundas de um holon transcendente pareceriam inexplicáveis - ou fatos acausais, na visão de Carl G. Jung - se considerado apenas a esfera anterior.

Wilber também expande o conceito da Dinâmica da Espiral de Clare W. Graves, um modelo dos estágios do desenvolvimento humano, aplicável a vários campos, de acordo com uma visão do mundo mais ou menos individual, familiar, coletiva ou holística.

Segundo o pensador, a maioria das visões espirituais e psicológicas incorrem numa visão dualista (racional ou espiritual, ciência ou religião, ego ou essência do ser). Para ele há um modelo de três camadas (pré-pessoal, pessoal e transpessoal; mítico, religioso ou místico; corpo, ego ou Ser; instinto, intelecto ou intuição; natureza, cultura ou Kosmos), e há um falácia ao incluirmos as experiências pré-pessoais na coluna "espiritual" do modelo anterior. Assim, sua análise discerne, no dito espiritual, aquilo que é "transpessoal" e evolutivo daquilo que seria "pré-pessoal".

Wilber propõe dez níveis e quatro quadrantes que, se combinados, geram a abordagem "todos os níveis, todos os quadrantes" de sua Filosofia Integral.

  • SUPERIOR ESQUERDO: Interior-Individual, Eu. Psicologia do Desenvolvimento.
  • SUPERIOR DIREITO: Exterior-Individual, Isto. Neurologia, Ciência Cognitiva.
  • INFERIOR ESQUERDO: Interior-Coletivo, Nós. Psicologia cultural, antropologia.
  • INFERIOR DIREITO: Exterior-Coletivo, Istos. Sociologia.

Cada um destes quadrantes apresenta 10 estágios ou níveis, sub-divididos em pré-pessoais, pessoais ou transpessoais:

  • TRANSPESSOAL: Causal, Sutil e Psíquico
  • PESSOAL: Centáurico/Visão Lógica, Formal (formop) e Operacional Concreto (conop)
  • PRÉ-PESSOAL: Rep-ment, Fantásmico-emocional, Sensório-físico e Indiferenciado ou matriz primária

Ligações externas

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Referências

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