Usuário(a):Alessa77/temp

 Nota: Este artigo é sobre a região geográfica. Para outros significados, veja Caraíbas.

O Caribe (português brasileiro) ou Caraíbas (português europeu) constituem uma região do continente americano, formada pelo Mar do Caribe, suas ilhas e estados insulares no Mar do Caribe, também chamados de Antilhas ou Índias Ocidentais, nome originado pela crença inicial de que o continente americano fosse na verdade a Índia. Os nascidos nas ilhas do Caribe são denominados de caribenhos.

O Caribe está localizado na placa tectónica do mesmo nome - a Placa Caribeana, que engloba também a parte sul da América Central. Na fronteira desta placa com a Placa Sul-americana, a leste, junto ao Oceano Atlântico, existe uma zona de subducção vulcanicamente ativa, que originou as Pequenas Antilhas.

Toda a área, em especial as suas muitas ilhas, é conhecida como Caraíbas, Caribe ou Antilhas.

História

Ver artigo principal: Caribe
Tulum, cidade maia na costa caribenha de Quintana Roo (México).
Chegada de Colombo à Espanhola em 1492.

Os primeiros habitantes das Antilhas foram os taínos, tribo sedentária com crenças religiosas de carácter politeísta e que se destacavam por ser bons agricultores, pescadores e oleiros; a sua língua deriva da dos arawak, família da qual procederam, migrando desde a América do Sul há aproximadamente três mil anos.[1] No momento do descobrimento, os caraíbas, que se destacavam pelas suas habilidades como navegadores e guerreiros, ocupavam predominantemente a região, provenientes das margens do rio Orinoco, e encontravam-se em plena conquista dos territórios taínos.

O mar das Caraíbas era um corpo de água desconhecido para a Europa e Ásia até 1492, quando Cristovão Colombo o navegou pela primeira vez ao tentar encontrar uma rota marítima para a Índia. Depois do descobrimento das suas ilhas, a área foi rapidamente colonizada pela civilização ocidental, convertendo-se num local comum para as rotas comerciais europeias e eventualmente atraente para a pirataria. Os Reis Católicos permitiram em 1495 a todos os seus súbditos tripular embarcações com rumo às recém-descobertas Índias, o que fez com que muitos barcos se lançassem ao Atlântico sem a devida preparação, sendo presas fáceis para os piratas. Durante aquela época, aconteciam nas costas das Caraíbas algumas feiras comerciais famosas, como a de Portobelo, que durava 40 dias; nesta povoação, produziam-se constantes ataques de piratas, razão pela qual os espanhóis construíram perto dela o Forte de São Lourenço nos finais do século XVI.[2] Deu-se este mesmo problema noutros portos das Caraíbas como Cartagena das Índias e Havana, onde se construíram postos defensivos militares, trabalho para o qual foram transportados numerosos grupos de escravos africanos para a região.

Muralhas em Cartagena das Índias.

Pouco depois do seu descobrimento e ocupação por parte de Espanha, o mar chamou a atenção das coroas inglesa e francesa, que enviaram marinheiros experientes à conquista de territórios e tomaram as ilhas de Martinica e Guadalupe para a França e Antígua, Montserrat, Barbados e Jamaica para a Inglaterra, sendo estas as possessões mais importantes perdidas pelo Império Espanhol nas Caraíbas. Em 1625 estabeleceu-se na ilha Tortuga uma base onde corsários e bucaneiros de ambas nacionalidades se associaram para atacar embarcações provenientes das colónias espanholas e partiam dali expedições para assediar as cidades costeiras até finais do século XVII. Outra famosa base de piratas estabeleceu-se no porto jamaicano de Port Royal em 1656, até à sua destruição parcial por um sismo ocorrido no dia 7 de Junho de 1692.[3] Na região foram muito reconhecidos e temidos alguns nomes de piratas como Henry Morgan, François L’Olonnais e Barba Negra, entre outros.

A partir do século XIX começa a independência dos países colonizados, ainda que actualmente algumas possessões francesas, inglesas e holandesas continuem sob a administração europeia. Encontram-se nas águas das Caraíbas 22 territórios insulares e 12 países, sendo Cuba o último país a tornar-se independente de Espanha, em 1898.

As Caraíbas no século XVI.

Em 1903, com a intervenção dos Estados Unidos, o Panamá separou-se da Colômbia e construiu-se o Canal do Panamá, que liga o mar das Caraíbas ao oceano Pacífico. Foi inaugurado no dia 15 de Agosto de 1914, mas foi administrado pelos Estados Unidos até 31 de Dezembro de 1999.

A 12 de Dezembro de 2001, os chefes de estado e de governo dos países membros da Associação de Estados das Caraíbas, reunidos na Ilha de Margarita (Venezuela), adoptaram a Declaração de Margarita, "reconhecendo o mar das Caraíbas como património comum da região, e um bem valioso ao qual damos prioridade para a sua conservação", com o objectivo da "consolidação de uma identidade caribenha própria". Comprometeram-se "a estabelecer a região das Grandes Caraíbas como uma Zona de Cooperação", que "consistirá inicialmente de acções conjuntas nas áreas de prioridade da AEC, ou seja, Comércio, Turismo Sustentável, Transporte e Desastres Naturais".[4]

Etimologia

O nome "Caraíbas" deriva dos "caraíbas" (ou "caribes"), nome utilizado para descrever a etnia ameríndia predominante na região na época do primeiro contacto com os europeus nos finais do século XV. O navegador italiano Américo Vespúcio afirmaba que o termo Charaibi entre os indígenas significava "homens sábios" e é possivel que este fosse utilizado para descrever os europeus à sua chegada à América. Depois do descobrimento das Índias Ocidentais por Cristóvão Colombo, o termo espanhol Antilhas era comum para este lugar; derivado dele, o "mar das Antilhas" tem sido um nome comum para o mar das Caraíbas em vários idiomas europeus.

Divisão política

Mapa político das Caraíbas.

Países independentes

Costas continentais:

Ilhas das Grandes Antilhas:

Ilhas das Antilhas Menores:

Territórios dependentes de outros países

As principais ilhas são:

Belize

Colômbia

Estados Unidos

França

Honduras

México

Nicarágua

Países Baixos

O mar das Caraíbas

Panamá

O mar das Caraíbas em Bocas del Toro (Panamá)

Reino Unido

Venezuela

Geografia

Mapa topográfico do mar das Caraíbas.

O mar é limitado a norte pelas Grandes AntilhasCuba, Haiti, República Dominicana e Porto Rico – situadas a sul do Trópico de Caranguejo, a leste pelas Pequenas Antilhas (meridiano 60°W), a sul pela Venezuela, Colômbia e Panamá (paralelo 9°N) e a oeste pelo México, Belize e Guatemala (meridiano 88°W) e Honduras, Nicarágua e Costa Rica (meridiano 84°W).

O oceano Atlântico entra nas Caraíbas através da Passagem de Anegada entre as Pequenas Antilhas e as Ilhas Virgens, e da Passagem dos Ventos, localizada entre Cuba e Haiti, a qual é uma importante rota entre os Estados Unidos e o canal do Panamá. O canal do Iucatão liga o mar das Caraíbas ao golfo do México entre a península do Iucatão, no México e a ilha de Cuba.

O mar das Caraíbas possui uma área de cerca de 2.754.000 km²[5]. O ponto mais profundo do mar é a fossa das ilhas Caimão, entre Cuba e Jamaica, a 7.686 m abaixo do nível do mar. A linha costeira das Caraíbas tem muitos golfos e baías, incluíndo o golfo da Venezuela, o golfo de Morrosquillo, o golfo de Darién, o golfo dos Mosquitos e o golfo das Honduras.

Geologia

Placas tectónicas, destacando-se a Placa das Caraíbas ao centro.

O mar das Caraíbas é um mar com características mediterrânicas situado ao largo da Placa das Caraíbas. Estima-se que tenha uma idade entre 160 a 180 milhões de anos e que se tenha formado através de uma fractura horizontal que dividiu o supercontinente Pangea, a qual ocorreu durante o Mesozóico.[6] A superficie do mar das Caraíbas divide-se em cinco bacias oceânicas separadas por algumas cadeias montanhosas submarinas. A pressão exercida pela Placa Sul-Americana no oriente das Caraíbas faz com que a região das Pequenas Antilhas tenha uma alta actividade vulcânica, destacando-se eventos como a erupção vulcânica do Monte Pelée em 1902, que causou a maior quantidade de vítimas mortais no século XX.[7]

O solo submarino do mar das Caraíbas tem duas fossas oceânicas: a fossa das Caimão e a fossa de Porto Rico, as quais colocam a área num alto risco sísmico. Os sismos submarinos ameaçam a geração de tsunamis que poderiam ter efeitos devastadores nas ilhas. Os dados históricos científicos revelam que durante os últimos quinhentos anos ocorreram na área doze sismos com uma magnitude superior a 7,5 na escala de Richter.[8]

Oceanografia

Ver artigo principal: Mar do Caribe

O mar das Caraíbas possui em média uma salinidade de 35 a 36 partes por mil e uma temperatura que varia entre os 27 a 28 °C na superfície[9] e os 4 °C no fundo.[10]

O mar é principalmente alimentado pelas águas do Oceano Atlântico que atravessam os passos a oriente e são transportadas até ao golfo do México, através do Canal do Iucatão[11]. As águas doces provenientes dos rios Orinoco e Amazonas contribuem com cerca de 15 a 20% da água superficial do mar[10].

Hidrografia

Anguilla.

O maior rio que desemboca na bacia hidrográfica do mar das Caraíbas é o Magdalena, que atravessa a Colômbia desde o Maciço Colombiano por cerca de 1.540 km. Por sua vez, o Magdalena recebe o caudal de outros rios como o Cauca e o Cesar.

Outros rios que desembocam nas Caraíbas são: Unare, Tocuyo, Catatumbo e Chama na Venezuela; Ranchería, Sinú e Atrato, na Colômbia; San San, Chagres (Canal do Panamá) e Changuinola, no Panamá; Grande, Prinzapolca e Huahua na Nicarágua; San Juan na fronteira entre a Nicarágua e a Costa Rica, que liga o Lago Cocibolca às Caraíbas; Segovia, na fronteira entre as Honduras e a Nicarágua; Patuca, Sico, Aguán e Ulua nas Honduras; Motágua na Guatemala; rio Belize no Belize; o rio Hondo no México; Cauto em Cuba; Yaque del Sur, Ozama e Macoris na República Dominicana; Negro na Jamaica e Grande de Patillas em Porto Rico. Os estuários que se formam na foz dos rios criam ecossistemas e condições de vida especiais. As condições ecológicas básicas neste meio são: uma salinidade que flutua ao longo do ano, transporte de águas doces, carregadas com matéria orgânica e nutrientes, os quais contribuem para a produtividade biológica e também carregadas com sedimentos que turvam o meio, e influência permanente de águas marinhas costeiras que nas Caraíbas são mais claras e menos férteis que as de qualquer estuário.[9]

Também se destaca o Lago de Maracaibo, que se liga às Caraíbas através do golfo da Venezuela, e que, com uma superficie de 13.210 km², é o maior lago da América do Sul e um dos mais antigos da Terra.[12]

Clima

Temperatura média das águas de superficie no mar das Caraíbas (25 de Agosto27 de Agosto de 2005, aquando da passagem do furacão Katrina).[13]

O clima das Caraíbas é influenciado pelas correntes oceânicas do Golfo e de Humboldt. A localização tropical do mar ajuda a que a água se mantenha a uma temperatura alta moderada, num intervalo entre 21 e 32,2 °C durante o ano.

As Caraíbas são lugar de presença de alguns furacões do hemisfério ocidental. A temporada de furacões das Caraíbas situa-se entre os meses de Junho e Dezembro, e com maior força entre Agosto e Setembro. Em média anualmente produzem-se cerca de nove tempestades tropicais e cinco alcançam a intensidade de furacão. De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, ocorreram nas Caraíbas 385 furacões entre 1494 e 1900. As correntes de ar que se desenvolvem na costa oeste de África atravessam o oceano Atlântico, e algumas destas convertem-se em tempestades tropicais e podem inclusivamente converter-se em furacões do Atlântico, especialmente em áreas de baixa pressão do leste das Caraíbas.

Dentro dos recordes históricos dos furacões mais devastadores registam-se o furacão São Calisto II entre 10 e 16 de Outubro de 1780 o qual passou pelas Pequenas Antilhas, Porto Rico, República Dominicana e possivelmente La Florida, deixando um saldo de entre 22.000 e 24.000 mortos,[14] e o furacão Mitch que se originou nas Caraíbas colombianas e percorreu a América Central até à península do Iucatão e La Florida entre 22 de Outubro e 5 de Novembro de 1998, causando entre 11.000 e 18.000 mortos.[15]

Os furacões são um problema anual para as ilhas das Caraíbas devido à sua natureza destrutiva. Os recifes de coral também se encontram em perigo de destruição pelos furacões, já que são neles depositadas grandes quantidades de areia, barro, sedimentos e rochas.

Flora e fauna

A flora do mar das Caraíbas apresenta uma grande biodiversidade. Estima-se que as Caraíbas tenham 13.000 espécies de plantas e que mais de 6.500 destas são endémicas.[16] Algumas das plantas que se podem encontrar são a oliveira que se localiza principalmente na República Dominicana, o caimito que se espalha por toda a região das Caraíbas, o guaiaco (flor nacional da Jamaica),[17] a ceiba (árvore nacional de Porto Rico e Guatemala) e a caoba (árvore nacional de República Dominicana).[18]

Vaca-marinha com a sua cria.

A fauna das Caraíbas é característica do clima subtropical, principalmente influenciada pelas correntes marinhas quentes, sendo 42% das suas espécies endémica.[19] Existem cerca de 450 espécies de peixes[20] entre as quais se pode mencionar a barracuda, a garoupa, a moreia e diversas famílias de caraciformes.[19] Também se contabilizam 600 espécies de aves,[16] sendo 155 endémicas[21] como os todies (espécie endémica e uma das mais antigas das Caraíbas); a maioria das espécies de aves são migratórias como a mariquita-amarela e a garça verde. De acordo com a Birdlife International, em 2006 haviam 29 espécies de aves em perigo de extinção em Cuba e duas oficialmente extintas.[22] Espécies de aves como o papagaio-de-porto-rico, a jacutinga e a pomba da espécie Columba inornata wetmorei encontram-se em perigo de extinção.

Existem 500 espécies de répteis nas Caraíbas, das quais 94% são endémicas[16] como a iguana verde e a iguana azul, endémica da ilha Grande Caimão (ambas em perigo de extinção), a iguana de Mona, endémica da Ilha de Mona (Porto Rico), a iguana-rinoceronte própria da República Dominicana, e o crocodilo-americano espalhado pelas ilhas das Caraíbas, América Central e norte da América do Sul (em perigo de extinção), assim como diversas espécies de tartarugas marinhas como a Tartaruga-de-pente.

Existem 170 espécies de anfíbios endémicos nas Caraíbas[16] e de acordo com a informação da avaliação anfíbia global, em 2004 mais de 80% dos anfíbios estavam ameaçados em República Dominicana, Cuba e Jamaica, e 92% no Haiti.[23] Espécies como o coquí dourado encontram-se em grave ameaça de extinção.

Contabilizam-se 90 espécies de mamíferos nas Caraíbas,[16] dentro dos mamíferos nativos podem-se mencionar o golfinho, o manati, o almiqui (endémico das Antilhas) e diversas espécies de morcegos, e a baleia-jubarte como espécie migratória. Outras espécies como a foca-monge-das-caraíbas extinguiram-se durante os últimos séculos devido à acção directa do homem.[24] Nos últimos 1.500 anos extinguiu-se 90% dos mamíferos das Antilhas.[21]

Recifes de coral na ilha de Providência.

Ecologia

Nas Caraíbas encontra-se cerca de 9% dos recifes de coral do planeta cobrindo cerca de 20.000 milhas quadradas, muitos deles localizados ao largo das ilhas das Caraíbas e da costa da América Central[25] Entre eles destaca-se a Barreira de Coral do Belize, com uma superficie de 96.300 ha, que foi declarada património da humanidade em 1996,[26] faz parte do Grande Recife Maia (também conhecido como Sistema Arrecifal Mesoamericano), que com mais de mil quilómetros de extensão é o segundo maior do mundo,[27][28] cobrindo as costas caribenhas do México, Belize, Guatemala e Honduras.[29] Actualmente as correntes de água quente colocam em perigo os recifes de coral das Caraíbas. Os recifes de coral contêm alguns dos mais diversos habitats do mundo, mas são ecossistemas muito frágeis. Quando as águas tropicais superam os 30 ºC durante um período prolongado, as zooxantelas morrem. Estas plantas providenciam alimento aos corais e conferem-lhes a sua cor. O branqueamento resultante dos recifes de coral mata-os e danifica o ecossistema. Mais de cerca de 42% das colónias de corais sofreram branqueamento completo, enquanto que cerca de 95% estão a sofrer algum tipo de branqueamento.[30]

O habitat mantido pelos recifes é crítico para algumas actividades turísticas como a pesca e o mergulho e providencia rendas económicas para as nações das Caraíbas de $3,1-4,6 mil milhões de dólares. A contínua destruição dos recifes pode deteriorar a economia da região.[31] Em 1986 entrou em vigor o protocolo da convenção para a protecção e desenvolvimento do ambiente marinho na região das Caraíbas, cujo propósito é proteger a vida marinha que está em perigo através da proibição de actividades humanas que possam incrementar a sua destruição em diversas áreas. Até hoje, este protocolo foi ratificado por 15 naciones.[32] Também se formaram algumas organizações para preservar a vida marinha das Caraíbas, como a Corporación para la conservación del Caribe que procura estudar e proteger as tartarugas marinhas, e educar a população a cuidar delas.[33]


A água descarregada pelo Orinoco durante os meses de chuva gera grandes concentrações de clorofila na zona oriental do mar.[34]


Economia e actividade humana

Zona hoteleira de Cancún (México).

A região das Caraíbas sentiu um aumento significativo da actividade humana desde o seu período de colonização. O mar é uma das maiores áreas de produção de óleo do mundo, com aproximadamente 170 milhões de toneladas anuais.[35] Nas Caraíbas venezuelanas encontram-se importantes jazidos de petróleo e gás natural, os quais debitam uma produção de 3.081 milhões de barris diários de petróleo (2005) e de 29,7 mil milhões de metros cúbicos de gás (2003).[36] A área também gera uma extensa indústria pesqueira nos países que a rodeam, contabilizando meio milhão de toneladas de pescado anual.[37] É grande produtora de cana de açúcar com uma produção anual de cerca de 30 milhões de toneladas em 2005, o que representa aproximadamente cerca de 2% da produção mundial.[38]

A actividade humana na área também provoca um significativo aumento da poluição: as estimativas da Organização Pan-Americana da Saúde de 1993 informam que apenas cerca de 10% dos resíduos da América Central e das ilhas das Caraíbas são adequadamente tratados.[35]

Turismo

O mar das Caraíbas é uma das mecas do turismo internacional. A Organização do Turismo das Caraíbas estima que cerca de 12 milhões de turistas visitam a região durante todo o ano. As Caraíbas são um dos principais destinos dos cruzeiros no mundo. A Organização do Turismo das Caraíbas estimou também que entre 1991 e 1992 receberam-se 8 milhões de turistas que viajaram em cruzeiros.[35] Entre os sítios preferidos pelos visitantes e turistas, encontram-se a ilha de Porto Rico, a República Dominicana, Cuba, Jamaica, Aruba, Barbados, as Ilhas Virgens, San Martín, Costa Rica, Trinidad ou Margarita na Venezuela; as cidades de Cancún, Playa del Carmen e Cozumel, na Riviera Maia; Majahual, Xcalak e rio Huach na rota da Costa Maia do México; Cartagena de Indias, San Andrés y Providencia e Santa Marta na Colômbia; Puerto La Cruz, Barcelona, Ilha de Aves, Los Roques, Punto Fijo, Choroni, Tucacas, Barlovento na Venezuela; Bocas del Toro, Colón, Kuna Yala e o Canal do Panamá no Panamá.

Cultura

Carnaval de Puerto España (Trinidad y Tobago, 1950)

As Caraíbas são o cenário de inspiração de diversas obras literárias e películas relacionadas com pirataria e fantasia, género onde se destacam autores como Daniel Defoe e Robert Louis Stevenson, entre outros.[39] Entre as películas de ficção caracterizadas geograficamente nas Caraíbas podem-se mencionar a série de filmes Piratas das Caraíbas e algumas de James Bond. Uma adaptação da primeira série de filmes encontra-se representada num parque da Disneylandia.[40] A vida e costumes dos habitantes das Caraíbas também têm sido representadas em obras literárias com autores como o novelista cubano Alejo Carpentier, o dominicano Juan Bosch, o santaluciano Derek Walcott e o colombiano Gabriel García Márquez, entre outros.

A região das Caraíbas é berço de diversos ritmos musicais como o reggae e o ska provenientes da Jamaica,[41] o merengue e a bachata da República Dominicana; o calipso de Trindade e Tobago; o reggaeton partilha as suas origens entre Porto Rico e Panamá,[42] o son cubano e o son montuno originários de Cuba; a cúmbia, o porro e o vallenato da costa das Caraíbas colombianas,[43] entre outros.

Um dos desportos mais populares nas Caraíbas é o baseball, do qual se realiza uma competição regional anual denominada Serie del Caribe. Também se destacam o críquete nas Antilhas de fala inglesa e, mais recentemente, o futebol com todas as suas associações filiadas na CONCACAF. Por outro lado, o evento multidesportivo regional que reúne os representantes das Caraíbas são os Juegos Centroamericanos y del Caribe,[44] que se celebran cada cuatro años desde 1926, siendo la competencia multideportiva regional más antigua vigente en la actualidad.[45]

Na área do mar das Caraíbas fala-se uma grande variedade de idiomas devido à diversidade de origens da sua cultura, entre de maior destaque podem-se mencionar espanhol (México, Cuba, República Dominicana, Porto Rico e costas da América Central e do Sul - incluindo arquipélagos dos ditos países), inglês (Jamaica — patois), Ilhas Virgens, Bahamas, Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, São Cristovão e Nevis, São Vicente e Grenadinas, Santa Lucia, Trindade e Tobago, Barbados, Ilhas Caimão, Anguila, Bermuda, Ilhas Turcas e Caicos, Montserrat), o crioulo de San Andrés-Providencia nas ilhas de San Andrés e Providencia na Colômbia, francês (Haiti (crioulo), Guadalupe, Martinica, San Martín, San Bartolomé), holandês (Bonaire (papiamento), Curazao (papiamento), Saba, San Eustaquio, San Martín y Aruba).[46] A religião predominante é a católica (República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Antígua e Barbuda, Santa Lucía, Ilhas Caimão, Dominica, Antilhas Holandesas, costas da América Central e do Sul), apesar de, nalgumas ilhas, se praticar o protestantismo (Barbados), o hinduísmo (uma das mais representativas em Trindade e Tobago), o anglicanismo (Montserrat, São Vicente e Grenadinas), e noutras pratica-se a santeria (Cuba), o vudu (Haiti) e o rastafarianismo (uma das mais representativas na Jamaica).[46]

Tribos nativas do Caribe

Ver também

Referências

Ligações externas