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Usuário(a):João Ghenchi/Testes

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    Como ler uma infocaixa de taxonomiaDiptera
    Ocorrência: 245–0 Ma
    Triássico - Recente
    Eupeodes corollae. 1 par de grandes olhos compostos, antenas curtas e apenas 1 par de asas membranosas são algumas das características deste grupo de insetos.
    Eupeodes corollae. 1 par de grandes olhos compostos, antenas curtas e apenas 1 par de asas membranosas são algumas das características deste grupo de insetos.
    Classificação científica
    Domínio:Eukaryota
    Reino:Animalia
    Sub-reino:Eumetazoa
    Infrarreino:Bilateria
    Filo:Arthropoda
    Subfilo:Hexapoda
    Classe:Insecta
    Superordem:Endopterygota
    Ordem:Diptera
    Linnaeus, 1758
    Subordens
    Brachycera

    Nematocera

    Diptera (do grego δίπτερα: di = duas, ptera = asas) é a quarta Ordem mais diversa pertencente à Classe Insecta (atrás de Coleoptera, Lepidoptera e Hymenoptera), com aproximadamente 150 mil espécies descritas em 158 famílias, sendo cerca de 8,7 mil presentes em território brasileiro. Deste grupo fazem parte moscas, mosquitos, varejeiras, pernilongos, borrachudos e mutucas[1].

    Estes insetos são caracterizados por possuir apenas 1 par de asas para voo, enquanto o segundo par, comum às outras ordens de inseto, que apresentam 2 pares de asas, é reduzido e modificado em halteres que auxiliam no controle de equilíbrio do voo[2]. São insetos holometábolos, ou seja apresentam ciclo de vida com metamorfose completa, com fase de ovo, larva, pupa e adulto[3].

    Diversidade e Filogeniaeditar código-fonte

    Os dípteros pertencem à superordem Endopterygota (ou Holometabola). Estão inclusos neste clado os insetos holometábolos, ou seja que realizam metamorfose completa ao longo do seu ciclo de vida (daí o nome Holometabola) e também os insetos que, durante a fase larval suas asas estão internalizadas e portanto invisíveis ao olhar. Nestes insetos as asas se externalizam apenas na fase de pupa[3].

    Abaixo se encontra um cladograma da superordem Endopterygota[3].

    Endopterygota
    Neuropterida

    Coleoptera (Besouros e Vaga-lumes)

    Neuroptera (Crisopídeos)

    Mecopterida
    Antliophora

    Diptera (Moscas e Mosquitos)

    Siphonaptera (Pulgas)

    Mecoptera (Moscas-escorpião)

    Amphiesmenoptera

    Trichoptera (Moscas d'água)

    Lepidoptera (Mariposas e Borboletas)

    Hymenoptera (Vespas, Abelhas e Formigas)

    Os dípteros são divididos em duas subordens, sendo elas Brachycera e Nematocera, sendo a primeira composta principalmente por mosquitos e pernilongos e a segunda pelas diversas famílias de moscas.

    Nematocera

    Ptychopteromorpha

    Culicomorpha

    Blephariceromorpha

    Bibionomorpha

    Psychodomorpha

    Tipuloidea

    Brachycera
    Tab

    Stratiomyomorpha

    Xylophagomorpha

    Tabanomorpha

    Mus

    Nemestrinoidea

    Asiloidea

    Ere

    Empidoidea

    Cyc

    Aschiza

    Phoroidea

    Syrphoidea

    Sch
    Cal

    Hippoboscoidea

    Muscoidea

    Oestroidea

    Acalyptratae


    Anatomia e Morfologiaeditar código-fonte

    Como o grupo Diptera possui uma diversidade gigantesca em número de espécies, habitats e, consequentemente, uma diversidade estrutural e morfológica extensa, é difícil fazer uma generalização a respeito da morfologia desses organismos[4]. Entretanto, há características bem notáveis, que são compartilhadas pela grande maioria desses insetos.

    Imagem de microscopia eletrônica de parte do olho de Drosophilidae.

    Uma dessas notáveis características é o par de grandes Olhos Compostos em cada lado da cabeça, que podem se apresentar muito juntos, praticamente unidos, ou podem estar dispostos na cabeça de forma bem separada. Além disso, eles podem se dividir em uma seção ventral e uma seção dorsal e, na maioria das espécies, são acompanhados por ocelos, situados no topo da cabeça. A cabeça é móvel e sua morfologia é bem variável entre as diferentes espécies[4]. Outra estrutura típica deste grupo é o terceiro par de peças bucais, o lábio, modificado em um aparelho comumente chamada de probóscide, que pode exercer a função sugadora, lambedora ou ambas.

    A característica que dá nome ao grupo Diptera é a presença de um único par de asas membranosas, as quais promovem ativamente o voo, localizadas no mesotórax desses insetos. No metatórax, há estruturas modificadas a partir do que seria o segundo par de asas em outros insetos, que auxiliam e contribuem para a estabilidade do voo. Estas estruturas são denominadas halteres, que possuem em sua base mecanorreceptores, auxiliando no equilíbrio e na percepção da gravidade. Estes halteres portanto são responsáveis por informar o inseto acerca da velocidade e sentido do voo, presença de correntes de ar e sua posição, sendo assim imprescindíveis para esta ação.[2].

    Ciclo de Vidaeditar código-fonte

    Os insetos desta ordem são holometábolos, ou seja, apresentam ciclo de vida com metamorfose completa dividida em quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. O número de ovos depositados por indivíduo pode variar bastante de acordo com a espécie, podendo as larvas serem de hábito aquático, terrestre ou até parasitando outros organismos. Pode-se dizer que o único ambiente ainda não explorado por dípteros é o mar aberto[5].

    Larva de Drosophila melanogaster. A seta aponta a região da cabeça e os aparatos bucais.

    Existe uma variedade morfológica tão grande a respeito das larvas de Diptera que não existe nenhum caráter único que as diferencie de outros grupos de insetos[5]. A ausência de pernas torácicas é a única característica comum à todas as larvas de Diptera, mas não é uma característica exclusiva do grupo, visto que ocorre também em larvas de Siphonaptera e alguns Hymenoptera e Coleoptera.

    Uma característica que pode ilustrar bem essa imensa variedade morfológica em larvas de dípteros é a estrutura da cabeça. Larvas deste grupo podem ser eucefálicas, ou seja com a cabeça bem desenvolvida e esclerosada, normalmente exposta e com mandíbula em plano horizontal ou oblíquo (característica comum em Nematocera, que é o grupo mais basal de dípteros)[6]. As larvas também podem ser hemicefálicas, ou seja com a cabeça mais ou menos reduzida e incompleta, parcialmente retraída no tórax e com mandíbulas em forma de foice, ou acefálicas com redução e retração quase completa da cápsula cefálica no tórax, ambas ocorrem em larvas de Brachycera[6].

    Diptera e Saúde Públicaeditar código-fonte

    Aedes aegypti.

    No Brasil, os dípteros, especialmente os mosquitos, causam um imenso impacto na população humana por serem vetores de várias doenças graves, características de países tropicais. Exemplos notáveis incluem a Malária, transmitida geralmente por Anopheles, Febre Amarela, Dengue, Zika e Chikungunya, transmitidas geralmente pelo Aedes aegypti. Algumas dessas doenças são endemias e epidemias em vários estados do Brasil[7] e têm sido assunto de diversas notícias nos últimos anos devido aos contínuos e incontrolados surtos, atingindo até mesmo as regiões urbanas, anteriormente menos afetadas por essas doenças. O extenso problema de saúde pública consequente é agravado pela dificuldade do controle do mosquito[8][9], problemas na distribuição de saneamento básico[10][11][12] e limitada eficiência dos serviços públicos de saúde[13]. Não obstante, as campanhas de prevenção das doenças, controle e combate ao mosquito são numerosas, tanto por parte dos governos municipais, estaduais e federal, quanto por parte de organizações não governamentais.

    Usos no Estudo de Genéticaeditar código-fonte

    Drosophila melanogaster mutante White em meio à organismos selvagens (de olhos vermelhos).

    Uma das mais notáveis participações de grupos de Diptera na ciência é o uso de algumas espécies e famílias de moscas no estudo de genética. Um dos principais organismos modelo usados em genética desde o início do século passado é a espécie Drosophila melanogaster que atualmente tem seu genoma inteiramente sequenciado, com grande parte dos genes descritos. A escolha desta espécie como modelo de estudos se deve por uma série de fatores, como tamanho pequeno, rápido desenvolvimento e capacidade de deixar um grande número de descendentes, ao mesmo tempo que é de fácil e barata criação, além de ser de fácil manipulação. Um dos principais fatores que impulsiona até hoje a utilização de D. melanogaster é a facilidade com a qual seu genoma pode ser manipulado através de diversas técnicas do estudo do material genético[4].

    Os estudos genéticos envolvendo D. melanogaster foram iniciados por W. E. Castle, que foi o pesquisador que desenvolveu as técnicas de criação destas moscas em laboratório, muitas utilizadas até hoje. Thomas Hunt Morgan, em 1908 na Universidade de Columbia (Columbia University, New York), adotou o mesmo organismo-modelo para seus estudos, a fim de entender padrões de hereditariedade. Com a descrição de dois genes envolvidos na coloração dos olhos (white, para olhos brancos e pink para olhos cor-de-rosa, em contraposição ao estado selvagem vermelho), Morgan publicou um artigo na revista Science em 1911, que trouxe a proposta de que cada gene estaria presente em um cromossomo específico[4][14].

    Em 1915, Morgan, Sturtevant, Calvin Bridges e H. J. Muller publicaram o livro The Mechanism of Mendelian Heredity, que foi considerado um trabalho fundamental para a genética moderna. A partir de seus estudos com D. melanogaster, foi possível relacionar a teoria mendeliana com a teoria de cromossomos, o que foi considerado “um grande salto de imaginação, comparável a Galileu e Newton” pelo geneticista Curt Stern[14]. O trabalho de Morgan inspirou diversos geneticistas pelo mundo a trabalhar com esta mosca, tornando-a um modelo dos estudos não só de genética como de diversas outras áreas da biologia, como desenvolvimento, evolução etc.[4].

    Referênciaseditar código-fonte

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