Vanderlei Salvador Bagnato

físico, pesquisador e professor universitário brasileiro

Vanderlei Salvador Bagnato (São Carlos, 28 de setembro de 1958) é um físico, pesquisador e professor universitário brasileiro.

Vanderlei Salvador Bagnato
Vanderlei Salvador Bagnato
Nascimento28 de setembro de 1958 (65 anos)
São Carlos, SP, Brasil
ResidênciaBrasil
Nacionalidadebrasileiro
CônjugeSilvia Mara Firmino
Alma mater
Prêmios
Orientador(es)(as)David E. Pritchard
InstituiçõesUniversidade de São Paulo
Campo(s)Física
TeseMagnetic trap for laser-cooled neutral atoms (1987)

Comendador e Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, membro da Academia Brasileira de Ciências, Vanderlei é professor titular da Universidade de São Paulo, atuando principalmente nas áreas de Física Atômica e Biofotônica (aplicações da óptica nas ciências da saúde). É o pesquisador mais premiado do Brasil.[3]

Biografia

Vanderlei nasceu em São Carlos, no interior de São Paulo, em 1958. É filho de Walter e Antonia Italiano Bagnato. Ainda na adolescência demonstrou interesse em ciência, tendo participado de encontros de Jovens cientistas patrocinados pelo Funbec/Ibec e pela Unesco. Em 1977, determinado a ser cientista, ingressou em dois cursos, em física, na Universidade de São Paulo (USP), e em engenharia de materiais, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Estudando em paralelo, Vanderlei terminou o primeiro e já ingressou no mestrado pelo Instituto de Física, da USP, onde trabalhou com propriedades ópticas de cristais inorgânicos.[4]

Em 1983, já professor da USP de São Carlos, ingressou no doutorado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), sob orientação de David E. Pritchard em um tema que seria de relevância para a física: resfriamento e aprisionamento de átomos. Ao defender a tese, em 1987, ela foi a primeira a ser publicada com este tema. No mesmo núcleo de pesquisa em que trabalhou estavam Eric Allin Cornell, Wolfgang Ketterle, ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2001, e William Daniel Phillips, Prêmio Nobel de Física de 1997.[4]

Carreira

De volta ao Brasil no final de 1988, Vanderlei começou seu laboratório, onde conduziu pesquisas na área de átomos frios e Condensação de Bose Einstein. Bagnato liderou uma equipe que realizou experimentos pioneiros no Brasil para criar o primeiro Condensado de Bose-Einstein com átomos de lítio ultrafrio. Na área de biofotônica, desenvolveu técnicas para tratamento de câncer e controle microbiológico utilizando ação fotodiâmica. Pioneiro na técnica no Brasil, desenvolveu diversos estudos fundamentais envolvendo culturas de células e animais que mostraram a eficácia da técnica para tratamento de câncer. Fez parte da equipe que construiu o primeiro relógio atômico da América Latina, inaugurado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, feito que lhe rendeu o prêmio Nacional de Metrologia a seu laboratório.[4]

Em 1998 começou uma segunda linha de pesquisa, sobre aplicações de laser na medicina e na odontologia. Sob sua coordenação, a técnica de terapia fotodinâmica recebe avanços, sendo implantada em clínicas e hospitais para tratamento de câncer. Seus estudos e aplicações de lasers ultracurtos foram fundamentais para diversas áreas, como metrologia, espectroscopia e processamento de materiais. Atualmente seu laboratório pesquisa técnicas modernas de diagnóstico óptico de doenças variadas.[4]

Publicou mais de 200 artigos científicos, tendo orientado mais de 45 dissertações e teses. Foi coordenador de diversas ações voltadas para a divulgação e educação científica. Participou ativamente na formação de jovens pesquisadores e promoveu a popularização da ciência no Brasil, ajudando a inspirar novas gerações de cientistas. Lançou o primeiro MOOC (Massive Open Online Course ) de física de todo Brasil, tendo, atualmente, centenas de milhares de seguidores de seus cursos na internet.[5] Desenvolveu mais de 50 produtos e iniciou um parque empresarial, em São Carlos, com mais de 40 empresas.[4]

É membro das principais academias de ciências do mundo e do Brasil. Além da Academia Brasileira de Ciências, é membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos[6], da TWAS[7] e da Pontifícia Academia das Ciências.[4][8] É pesquisador emérito do CNPq e associado de diversas associações de física, de engenharia, odontologia.

É diretor do Instituto de Física de São Carlos.[9]

Prêmios

Em 2007, foi condecorado pela Presidência da República com a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, recebendo a Grã-Cruz em 2018. Em 2019, foi agraciado com o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, considerado o principal prêmio de ciência e tecnologia do Brasil.[10] Em 2021, recebeu o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia, na categoria “Ciência”.[3]

Em maio de 2021, Vanderlei foi escolhido como um dos campeões da iniciativa ‘Trust Science’, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), direcionada a pesquisadores que atuam em áreas relacionadas à ciência da luz. Foi o único brasileiro entre os cientistas premiados.[11]

Referências