Aliados da Primeira Guerra Mundial

Os Aliados, no contexto da Primeira Guerra Mundial, foram o conjunto de países que lutaram contra os Impérios Centrais nesse conflito armado internacional. França, Rússia e Grã-Bretanha entraram na Primeira Guerra Mundial em 1914, como resultado da Tríplice Entente. Os demais países uniram-se aos aliados ao longo da guerra.[1]

Aliados

O mundo da Primeira Guerra Mundial com Aliados (em verde) e Impérios Centrais (em laranja).
TipoFrente bélica
Fundação1914
Extinção1918
Membros Estados Unidos
França França
Reino Unido Grã-Bretanha
Itália
Japão
LíderesEstados Unidos Woodrow Wilson
França Raymond Poincaré
Reino Unido Jorge V
Vítor Emanuel III
Taishō

Participação dos países na Grande Guerra

Na Primeira Guerra Mundial, dois grupos de países lutavam — os Aliados e as Potências Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Bulgária).

Além da Tríplice Entente, juntaram-se aos Aliados: a Itália que pertencia a Tríplice Aliança, havia mantido-se neutra, fez um trato com a Inglaterra; os Estados Unidos, pois a Alemanha afundou um navio inglês com americanos e perdeu o apoio russo, devido as guerras civis internas. Os Estados Unidos também chegaram a participar da guerra porque viram que os Aliados estavam perdendo e como tinham vendido mercadorias (armas, capacetes, canhões, etc.) que só seriam pagas caso os Aliados vencessem a guerra, entraram nesta para garantir a vitória de seus compradores. Em 1917 também Portugal entrou nesta coalizão, pois fora da guerra, via as suas colônias ameaçadas pelos estados que sairiam vencedores e consequentemente reforçados na discussão internacional, além do que, as forças alemãs eram uma constante ameaça ao domínio português nas suas colônias na África. O Brasil, em 1917, também se juntou aos Aliados no conflito.

Com o fim da guerra, em 1918, os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial do século XX. As principais causas foram os ataques internos pela Tríplice Aliança.

Estados Unidos

O Estados Unidos estiveram presentes desde o início da Guerra ao lado da Tríplice Entente. Até 1917 não eram apenas fornecedores de armamento, mas também de artigos industrializados, pois a produção de alimentos, vestimentas e qualquer outro tipo de produto, na Europa, havia sido afetada, pelo deslocamento de homens para a Guerra e pela destruição causada por ela.[2]

Após a saída dos russos, os EUA veem seus investimentos em risco, pois se seus aliados perderem a Guerra deixam de pagar suas dívidas. Então, o país entra militarmente no conflito, sendo decisivo para o final da guerra a favor da Tríplice Entente. No entanto, há algo a se observar: os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha em Abril de 1917. As forças russas saíram da guerra em outubro de 1917, após a Revolução Bolchevique.

Itália

No início da Primeira Guerra Mundial, a Itália abandonou a Tríplice Aliança e se recusou a participar do conflito. Contudo, em função das promessas territoriais que recebeu, a Itália entrou no conflito ao lado da Tríplice Entente.

Desastrosa durante grande parte da guerra, a participação italiana acabou sendo importante, na medida em que o país derrotou e forçou o Império Austro-Húngaro à capitulação na Batalha de Vittorio Veneto, causando a desagregação do mesmo. A capitulação da Áustria-Hungria foi um duro golpe no Império Alemão, que passaria a lutar sozinho.

Japão

O Japão só entrou na guerra para se apossar das colônias da Alemanha no oceano Pacífico e das concessões alemãs na China.

Reino Unido

Era a nação com a marinha mais numerosa (mais ou menos 2 mil embarcações), o que ajudou muito na vitória contra os alemães.

Haja vista que a Marinha Real Britânica foi uma das primeiras armadas a navegar nos quatro cantos do mundo, não ficou por menos sua superioridade nas batalhas marítimas durante a primeira guerra mundial.

Como era de se esperar, desde esta primeira grande guerra foi de ímpar importância a superioridade em dominar os mares, derrotando assim as forças inimigas em grande escala.

França

A França nutria um forte sentimento antialemão pela perda dos territórios da Alsácia-Lorena na Guerra Franco-prussiana e desejava uma guerra de revanche contra a Alemanha para recuperar os territórios perdidos. Apesar de possuir capacidade militar, demográfica e industrial inferior à dos alemães, os franceses basearam sua estratégia no ofensivo Plano XVII, que previa um ataque sobre os territórios perdidos e, mais ousadamente, sobre a Renânia, coração industrial da Alemanha. O plano francês, entretanto, foi um fracasso, pois colidiu com o também ofensivo Plano Schlieffen dos alemães, sendo este último inicialmente mais bem-sucedido, tendo os franceses sido derrotados sucessivamente em uma série de batalhas conhecidas como Batalha das Fronteiras. O forte exército imperial alemão, após profundo avanço em território francês, se apossou de parte significativa do nordeste do país, área industrializada e rica em carvão, causando um sério prejuízo à indústria francesa. A capital Paris, contudo, foi salva na Primeira Batalha do Marne, com a ajuda da Inglaterra.

Após a Batalha do Marne, a Frente Ocidental tornou-se um impasse, gerando o longo período conhecido como "Guerra das Trincheiras", no qual o exército alemão não conseguiu realizar grandes avanços sobre a França, ao mesmo tempo em que conseguiu incapacitar os exércitos francês e inglês por um longo período.

Uma série de ofensivas malsucedidas em larga escala, resultando em grandes perdas, levaram o exército francês à beira da exaustão, desencadeando um motim generalizado e desordens entre os oficiais.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, sobretudo na fase inicial, no decorrer do conflito a França mostrou ter uma força de combate suficientemente coesa para contra-atacar em batalhas decisivas como a Batalha de Verdun, Primeira Batalha do Marne, Segunda batalha do Marne, e ainda participar de outras frentes da guerra.

Não obstante a decisiva entrada dos EUA, na fase final do conflito o exército francês manteve-se a espinha dorsal da ofensiva aliada, tendo assumido a liderança dos aliados na Ofensiva dos Cem Dias, sob o comando do Marechal Ferdinand Foch.

Essas numerosas ofensivas lideradas pelos franceses marcaram o início de um avanço implacável dos aliados, que deixou o exército alemão de joelhos. Quando finalmente os aliados, contando com o inesgotável potencial humano das frescas tropas norte-americanas, estavam prestes a invadir a Alemanha, os germânicos solicitaram um armistício, pois seu exército estava à beira do desastre.

Brasil

Ver artigo principal: Brasil na Primeira Guerra Mundial
Ver também : Jovens Turcos (Brasil)

O Brasil (1914-1918) manteve-se inicialmente neutro na Primeira Guerra Mundial, buscando não restringir os seus produtos exportados na época, principalmente o café. Em outubro de 1917, após diversos ataques alemães a embarcações brasileiras, o governo do Rio de Janeiro declarou guerra à Alemanha. O chanceler brasileiro Lauro Müller, de ascendência alemã, havia renunciado pouco antes, sob pressão de manifestações populares e ataques a instituições das comunidades imigrantes germânicas estabelecidas no país. O Brasil foi o único país latino-americano que participou da Primeira Guerra Mundial. Ao término do conflito, participou da Conferência de Versalhes e foi indenizado pelas perdas que teve durante a guerra.

Portugal na Primeira Guerra

Monumento aos mortos da Primeira Guerra Mundial, em Coimbra, Portugal

Portugal participou no primeiro conflito mundial ao lado da Tríplice Entente, o que estava de acordo com as orientações da República ainda recentemente instaurada.

Em março de 1916, apesar das tentativas da Inglaterra para que Portugal não se envolvesse no conflito, o antigo aliado português decidiu pedir ao estado português o apresamento de todos os navios germânicos na costa lusitana. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra de Portugal em relação à Alemanha e aos seus aliados, a 9 de março de 1916 (apesar dos combates em África desde 1914).

Em 1917, as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português, seguiam para a guerra na Europa, em direção à Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates em França.

Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 10 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional. Os objectivos que levaram os responsáveis políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade. A unidade nacional não seria conseguida por este meio e a instabilidade política acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 1926.

Aliados

Aliados principais

PaísCapitalLiderançaEntrada
no conflito
Força militarContingente[3]
Chefe de EstadoChefe de governo

Estados Unidos
Washington, D.C.Woodrow Wilson6 de Abril de 1917[nota 1]Forças Armadas
4 355 000

França
ParisRaymond PoincaréAlexandre Ribot3 de agosto de 1914Forças Armadas
8 410 000

Grã-Bretanha
LondresJorge VHerbert Henry Asquith
David Lloyd George
4 de agosto de 1914Forças Armadas
6 211 922

Itália
RomaVítor Emanuel IIIAntonio Salandra
Paolo Boselli
Vittorio Orlando
23 de maio de 1915[4]Forças Armadas
5 615 000

Rússia
MoscouNicolau IIIván Goremykin
Borís Shtiúrmer
Aleksandr Trépov
28 de julho de 1914Forças Armadas
12 000 000

Outros aliados

Países que participaram militarmente do conflito:

Países que declararam guerra, mas não se envolveram militarmente:

A Noruega é geralmente chamada "O Aliado Neutro". Ainda que teoricamente fosse neutra, por não ter declarado guerra, a pressão britânica e o sentimento antigermânico da população forçaram o governo a favorecer enormemente os britânicos, principalmente com enormes entregas de peixe.

Ver também

Notas

Referências