Bjørnstjerne Bjørnson

Bjørnstjerne Martinus Bjørnson (Kvikne, 8 de dezembro de 1832Paris, 26 de abril de 1910) foi um escritor norueguês.

Bjørnstjerne Bjørnson
Bjørnstjerne Bjørnson
Nascimento8 de dezembro de 1832
Kvikne
Morte26 de abril de 1910 (77 anos)
Paris
Nacionalidadenorueguês
Prêmios Nobel de Literatura (1903)
Assinatura
Bjørnstjerne Bjørnson signature.png
Campo(s)escritor

Recebeu o Nobel de Literatura de 1903. Bjørnson é considerado como um dos Quatro Grandes escritores da Noruega; os outros são Henrik Ibsen, Jonas Lie e Alexander Kielland.

Biografia

Infância

Bjørnstjerne Bjørnson nasceu em Kvikne, na Noruega, em 8 de dezembro de 1832. Já durante a sua infância, mostrava qualidades de liderança e um dom para enfeitiçar os seus colegas, com a sua imaginação narrativa.

Inspirado pela revolução de fevereiro de 1848, abandonou as regras das autoridades escolares da sua escola secundária, leu de forma independente e entrou para a Universidade de Oslo em 1852.

Início da carreira

Mergulhou numa vida ligada à política, ao teatro e à literatura, com uma turbulência característica, encontrando rapidamente a sua missão na promoção de uma cultura norueguesa verdadeiramente nativa.

Em 1854, já se tornara uma figura reconhecida pelas suas críticas sobre o teatro, que conduziram de forma natural a uma campanha pela substituição do teatro dinamarquês de Oslo por um palco verdadeiramente norueguês.

O seu primeiro romance, Synnøve Solbakken, de 1857, um conto sobre a vida campestre, tornou-se um dos pontos de viragem da literatura norueguesa. Durante os anos seguintes, até 1873, alternou entre a escrita de histórias da vida rural contemporânea e a escrita de peças desenroladas na Noruega ancestral, com a excepção de uma peça sobre Maria Stuart, de 1864.

A maior parte dos protagonistas das obras de Bjørnson têm personalidades fortes e rebeldes como a sua, tendo que lutar consigo mesmas para controlarem a sua truculência natural.

Nacionalismo

Bjørnstjerne Bjørnson

Bjørnson não se cingiu ao trabalho literário: publicou uma revista, dirigiu um teatro e fez discursos políticos a favor do movimento liberal-nacionalista que ia ganhando força. Um resultado importante desta actividade foi a composição do hino nacional da Noruega, Ja, vi elsker dette Landet ("Sim, amamos este país"), em 1859. Outra consequência foi a formação do partido liberal, na década de 1860. Sentia-se o herdeiro de Henrik Wergeland, cujos ideais nacionais procurou integrar na vida norueguesa.

Crítica social

Após um período de expressão lírica, Bjørnson viajou para o sul da Europa, para ganhar novos impulsos para a sua escrita. Viajou durante dois anos, sobretudo pela Itália e pelo Tirol. Ao regressar, escrevera já duas peças, ambas publicadas em 1875: En fallit ("Uma falência") e Redaktøren ("O editor"). Foram as primeiras peças de teatro a lidar com os problemas sociais da Escandinávia, abrindo o caminho para os canhões da crítica social. Seguiram-se outras peças e outros romances tratando as questões sociais de então, muitos hoje esquecidos, outros ainda muito vivos, dada a forma repleta de sentimento que Bjørnson lhes conferiu. Entre estes, contavam-se Det flager i byen og på havnen (1884), tratando de problemas relacionados com a educação sexual, På guds veie (1889), sobre o conflito entre ciência e religião.

Crítica religiosa

O próprio Bjørnson abraçava uma religião positivista e evolucionária, na qual não havia lugar para o Jeová do luteranismo, levantando grandes controvérsias com os seus ataques públicos à igreja do estado. Alguma desta controvérsia surge também nas suas peças, das quais se destaca Over ævne I (1883), uma peça poderosa destinada a mostrar os efeitos pouco saudáveis do supernaturalismo.

Últimos anos

Recebeu o Nobel de Literatura de 1903.

Quando faleceu em Paris, em 26 de abril de 1910, o seu corpo regressou à Noruega, num navio de guerra norueguês. Foi sepultado em Oslo.

Bjørnson é lembrado sobretudo como uma personagem de grande dimensão e de uma vitalidade irreprimível, um crente não somente na cultura nacional norueguesa, mas também na paz e na justiça internacionais, que fez a sua voz ser ouvida por toda a Europa, a favor das minorias oprimidas, trabalhando ardentemente para a compreensão internacional.

Obras

  • Synnøve Solbakken (1857)
  • Mellem Slagene (1857)
  • Halte-Hulda (1858)
  • Arne (1859)
  • En glad gutt (1860)
  • Smaastykker (1860)
  • Kong Sverre (1861)
  • Sigurd Slembe (1862)
  • Maria Stuart i Skottland (1864)
  • De Nygifte (1865)
  • Fiskerjenten (1868)
  • Digte og Sange (1870)
  • Arnljot Gelline (1870)
  • Fortællinger I-II (1872)
  • Brude-Slaatten (1872)
  • Sigurd Jorsalfar (1872)
  • Kong Eystejn (1873)
  • En Fallit (1875)
  • Redaktøren (1875)
  • Magnhild (1877)
  • Kongen (1877)
  • Kaptejn Mansana (1879)
  • Det nye System (1879)
  • Leonarda (1879)
  • Støv (1882)
  • Over Ævne. Første Stykke (1883)
  • En Hanske (1883)
  • Det flager i Byen og paa Havnen (1884)
  • Geografi og Kærlighed (1885)
  • Paa Guds Veje (1889)
  • Nye Fortællinger (1894)
  • Over Ævne. Andre Stykke (1895)
  • Lyset (1895)
  • Paul Lange og Tora Parsberg (1898)
  • To Fortællinger (1901)
  • Laboremus (1901)
  • På Storhove (1902)
  • Daglannet (1904)
  • Mary (1906)
  • Når den ny vin blomstrer (1909)

Leituras

  • Georg Brandes, Critical Studies of Ibsen and Bjørnson (1899)
  • William Morton Payne, Björnstjerne Björnson, 1832-1910 (1910)
  • Christen Collin, Bjørnstjerne Bjørnson hans barndom og ungdom (1923)
  • Harold Larson, Bjørnstjerne Bjørnson: A Study in Norwegian Nationalism (1944)
  • Eva Lund Haugen and Einar Haugen, Bjørnson: Land of the free. Bjørnstjerne Bjørnson's American Letters 1880-1881 (1978)
  • Einar Haugen, The Vocabulary of Bjørnson's Literary Works (1978)
  • Per Amdam, Bjørnstjerne Bjørnson (1978)

Traduções em português

  • 1901 - Carícias de uma noiva, Companhia Nacional Editora[1]
  • 1944 - O caminho da felicidade, Minerva[1]
  • 1962 - Além das Forças (Over Ævne), Editora Delta, tradução de Guilherme Figueiredo,[2] Coleção Prêmios Nobel de Literatura.
  • 2020 - A Ferrovia e o Cemitério (Jernbanen og Kirkegarden), O Pai (Faderen), tradução de Jan Wigmar, Editora Dying Tree Books.

Referências

Referências bibliográficas

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Imagens e media no Commons


Precedido por
Theodor Mommsen
Nobel de Literatura
1903
Sucedido por
Frédéric Mistral e José Echegaray


Este artigo sobre um poeta ou uma poetisa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.