Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino

liga brasileira de futebol feminino profissional

O Campeonato Brasileiro Feminino Série A1, também conhecido como Brasileirão Feminino, e Brasileirão Feminino Neoenergia por razões de patrocínio,[7] é a principal divisão do sistema de ligas do futebol feminino no Brasil, criado na temporada 2013 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). É disputado por dezesseis clubes em um sistema de promoção e despromoção com a Série A2.

Campeonato Brasileiro Feminino
Brasileirão Feminino Neoenergia
Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino
Dados Gerais
OrganizaçãoCBF
Fundação2013
Edições12
Local de disputaBrasil
N.º Clubes16
SistemaTemporada
Dados Históricos
Atual CampeãoCorinthians (5 títulos)
Maior CampeãoCorinthians (5 títulos)
Promoção e Despromoção
Qualifica paraCONMEBOL Libertadores
Supercopa do Brasil
Despromove paraCampeonato Brasileiro Feminino Série A2
Divisões
Série A1 • Série A2Série A3
Edição atual
editar

Para a edição de 2023, o país ocupava a 1.º posição no ranking histórico da CONMEBOL. Dessa forma, ambas as equipes finalistas da competição nacional classificam-se para a CONMEBOL Libertadores Feminina.

O atual campeão nacional é o Sport Club Corinthians Paulista, após conquistar seu quinto título na temporada de 2023.

História

Proibição e era LINAF

A proibição da prática do futebol por mulheres no Brasil teve origem com o decreto-lei 3199 de 14 de abril de 1941, na ditadura Estado Novo.[8][9][10] A proibição só veio a ser derrubada em 1979 ainda na ditadura militar.[8][9][10] Com enfraquecimento do poder militar e o movimento das Diretas Já, a Liga Nacional de Futebol (LINAF) introduziu os primeiros campeonatos nacionais de futebol feminino.[9][10]

Entre 1983 e 1989, a Taça Brasil de Futebol Feminino consagrou o Radar o primeiro campeão nacional de futebol feminino, e sendo também hexacampeão consecutivo entre 1983 e 1988, batendo equipes consagradas do futebol masculino nas finais como Atlético Mineiro e Internacional.[11] Logo o campeonato mudaria de nome, passando a se chamar Torneio Nacional entre os anos 1990 e 1991. Ainda em 1991, um segundo campeonato nacional também foi disputado, o Torneio de Futebol Feminino.

Era CBF

Após um ano de 1992 sem competições disputadas, a Confederação Brasileira de Futebol assume a organização do torneio em 1993, que passa a se chamar Taça Brasil de Clubes, sendo conquistada pelo Vasco da Gama.

Em 1994, outra mudança de nome, agora Campeonato Nacional Brasileiro de Futebol Feminino. Tal como ocorreu com o Brasileirão masculino em 1971, após a CBF assumir a administração da competição, as competições anteriores passaram por um processo de relativização sobre sua relevância. A competição ocorreu até 2001, sendo cancelada na edição de 1995.

Hiato de 2002 a 2005

Durante os quatro anos seguintes, nenhum campeonato nacional foi disputado, à exceção feita do Quadrangular de 2003 que contava com a participação da Seleção Brasileira Universitária, o Santos, o Saad, e o CFZ.

Retorno da LINAF e a Liga Nacional

Em 2006, após a saída da CBF, a LINAF retorna a criação do torneio nacional em parceria com a Federação Paulista de Futebol Amador (FPFA), a competição se chamaria Liga Nacional. O torneio foi disputado em Jaguariúna, estado de São Paulo, em seu primeiro ano, sendo vencido pelo Botucatu, e em várias cidades do estado do Rio de Janeiro em 2007, ano em que as Sereias da Vila sagraram-se campeãs comandadas por Kleiton Lima.

Retorno da CBF e divisão entre Campeonato e Copa

Em 2007, a CBF criou a Copa do Brasil de Futebol Feminino, um torneio no formato de copa nacional tal qual a Copa do Brasil de Futebol. E em 2013 a Confederação Brasileira de Futebol, em parceria com a Caixa Econômica Federal, organizou a primeira edição do Campeonato Brasileiro, com a participação das 20 melhores equipes do Ranking da CBF de Futebol Feminino.[12][13][14] O agora oficial Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, com uma curta temporada de três meses inicialmente. Em 2015, as equipes que atingiram as fases de mata-mata receberam um apoio financeiro de cerca de R$ 10.000,00 para uma rodada em casa e fora, além do custo de transporte aéreo ou rodoviário pago.

Em 2017, a Confederação Brasileira de Futebol alterou a fórmula de disputa da competição, tendo reduzido a 1ª divisão de 20 para 16 times e criado a Série A2, também com 16 equipes.[15][16] A ampliação no Campeonato Brasileiro foi acompanhada pelo cancelamento da Copa do Brasil de Futebol Feminino.[17][18]

Em 2019, a Band adquiriu os direitos de transmissão da CBF.[1][19] Em novembro de 2020, a ESPN Brasil passou a transmitir a competição.[20] Em 2021 o canal esportivo do Desimpedidos transmitiu as partidas do campeonato no YouTube e o canal SporTV transmitiu as partidas na Tv Fechada .[3][9] Em 2023, o Grupo Globo adquiriu os direitos de transmissão do torneio, mas com a TV Globo realizando a cobertura a partir das quartas de final.[5]

Historicamente, os times paulistas dominam a disputa, tendo vencido 9 das 10 edições já realizadas (com 5 times campeões: Centro Olímpico, Corinthians, Ferroviária, Rio Preto e Santos). Além disso, os times paulistas também são responsáveis por todos os títulos do Brasil na Copa Libertadores da América de Futebol Feminino (com 5 times campeões: Audax, Corinthians, Ferroviária, Santos , São José-SP e Palmeiras) . Curiosamente, Audax e São José-SP são campeões continentais, mas nunca venceram o Campeonato Brasileiro (tendo se classificado para a Libertadores ao vencer a extinta Copa do Brasil de Futebol Feminino).

Em maio de 2021, foi anunciado a criação da Série A3, com 32 clubes.[21][22]

Acesso à CONMEBOL Libertadores Feminina

O acesso à CONMEBOL Libertadores Feminina é feito tendo por base a posição do país no ranking histórico da CONMEBOL. Devido o Brasil ocupar o 1º lugar no ranking da temporada 2023, ambos os finalistas da competição nacional tem acesso à competição internacional.[23]

Ranking da CONMEBOL

Atualizado em 21 de Outubro de 2023[24]

Pos.AssociaçãoPont.
1 Brasil260
2 Chile148
3 Colombia145
4 Paraguai115
5 Argentina105
6 Venezuela79
7 Equador66
8 Uruguai53
9 Bolívia40
10 Peru38
Classificação do Brasil no ranking histórico da CONMEBOL
2020202120222023

Temporada 2024

Clubes

ClubeCidadeEstadoEstádioLotação
América MineiroBelo HorizonteMinas GeraisAlterosas2 000
Atlético MineiroBelo HorizonteMinas GeraisAlterosas2 000
Avaí/KindermannCaçadorSanta CatarinaCarlos Alberto Costa Neves6 500
BotafogoRio de JaneiroRio de JaneiroNilton Santos44 000
CorinthiansSão PauloSão PauloParque São Jorge16 000
CruzeiroBelo HorizonteMinas GeraisEstádio das Alterosas2 000
FerroviáriaAraraquaraSão PauloFonte Luminosa20 950
FlamengoRio de JaneiroRio de JaneiroLuso-Brasileiro5 500
FluminenseRio de JaneiroRio de JaneiroLaranjeiras8 000
GrêmioPorto AlegreRio Grande do SulVieirão4 700
InternacionalPorto AlegreRio Grande do SulSESC Campestre2 800
PalmeirasSão PauloSão PauloAllianz Parque43 713
Real BrasíliaBrasíliaDistrito FederalDefelê1 500
Red Bull BragantinoBragança PaulistaSão PauloNabi Abi Chedid15 010
SantosSantosSão PauloVila Belmiro16 068
São PauloSão PauloSão PauloMarcelo Portugal1 500

Federações

EstadoNº ClubesClubes
 São Paulo6Corinthians, Ferroviária, Palmeiras, RB Bragantino, Santos, São Paulo
 Minas Gerais3América MG, Atlético Mineiro, Cruzeiro
 Rio de Janeiro3Botafogo, Flamengo, Fluminense
 Rio Grande do Sul2Grêmio, Internacional
 Distrito Federal1Real Brasília
 Santa Catarina1Avaí/Kindermann

Participações

Ver também: Lista de Participações no Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino

Um total de 50 clubes já participaram do Campeonato Brasileiro desde a sua primeira edição, em 2013. A tabela a seguir apresenta os clubes que mais participaram dos torneios que compõe o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino desde 2013 a 2023. Os clubes em negrito indicam as equipes que jogaram o Brasileirão de 2023.

ClubesTemporadas
(2013-2023)
Melhor campanhaEstreiaÚltimaR
 Ferroviária10Campeão (2014 e 2019)20142023
 Kindermann10Vice-campeão (2014 e 2020)20132023
 São José-SP10Vice-campeão (2013 e 2015)201320221
 Flamengo9Campeão (2016)20152023
 Santos9Campeão (2017)20152023
 Corinthians8Campeão (2018, 2020, 2021, 2022 e 2023)20162023
 Iranduba84º colocado (2017)201320201
 Foz Cataratas73º colocado (2013)201320191
 São Francisco EC76º colocado (2013)201320191
 Vitória das Tabocas75º colocado (2013)201320191
 Grêmio57º colocado (2021)201720231
 Internacional5Vice-campeão (2022)20192023
 Pinheirense56º colocado (2014)201320181
 Rio Preto5Campeão (2015)20132018
 Cruzeiro410º colocado (2020)20202023
 Palmeiras4Vice-campeão (2021)20202023
 São Paulo43º colocado (2020)20202023
 Audax47º colocado (2017 e 2019)201720201
 Caucaia48º colocado (2014)201320161
 Centro Olímpico4Campeão (2013)201320161
 Duque de Caxias45º colocado (2014)201320161
 Ponte Preta48º colocado (2018)201720201
 Portuguesa410º colocado (2014 e 2015)201420181
 Sport49º colocado (2017)201420191
 Viana414º colocado (2014 e 2016)201320161

Campeões

Total de temporadas entre os quatro primeiros colocados

Durante as 10 edições do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, realizadas entre 2013 e 2022, 15 equipes diferentes terminaram o torneio entre os quatro primeiros colocados.

* Atualizado em 10 de setembro de 2023.

Total G4ClubesParticipações
7  Corinthians85200
6  Ferroviária102121
5  Rio Preto51211
3  Centro Olímpico41020
 Flamengo91011
 Kindermann100210
 São José-SP100201
 Palmeiras40102
 São Paulo40012
2  Santos91010
 Internacional50101
1
 Foz Cataratas70010
 Iranduba80001
 Tiradentes-PI30001
 Botafogo20001

Artilheiras

Por edição

EdiçãoJogadoraClubeGolsRef.
2013 Gabi ZanottiCentro Olímpico12[25]
2014 Raquel FernandesFerroviária16[26]
2015 Gabi NunesCentro Olímpico14[27]
2016 Millene FernandesRio Preto10[28]
2017 Soledad JaimesSantos18[29]
2018 DanyelleFlamengo15[30]
2019 Millene FernandesCorinthians19[31]
2020 Carla NunesPalmeiras12[32]
2021 Bia Zaneratto13[33]
2022 CristianeSantos13[34]
2023 Amanda GutierresPalmeiras13[35]

Clubes com mais artilharias

Pos.ClubeTotal
1 Palmeiras3
2 Centro Olímpico2
Santos
3 Ferroviária1
Rio Preto
 Flamengo
 Corinthians

Maiores goleadas

  • Abaixo segue a lista das maiores goleadas da história do Brasileirão Feminino.
EdiçãoMandantePlacarVisitanteDataRef.
12014Ferroviária  16–1  Pinheirense16 de outubro de 2014[36]
22023Corinthians  14–0  Ceará25 de fevereiro de 2023[37]
32015Centro Olímpico  13–0  Duque de Caxias20 de setembro de 2015[38]
42023Palmeiras  11–0  Ceará1 de abril de 2023[39]
52013Tiradentes-PI  11–1  Viana21 de setembro de 2013[40]
62015São José-SP  10–0  Mixto16 de setembro de 2015[41]
Tiradentes-PI  10–0  Viana23 de setembro de 2015[42]
2017Corinthians  10–0  São Francisco EC31 de maio de 2017[43]
2019Flamengo  10–0  Vitória das Tabocas23 de março de 2019[44]
2023Bahia  10–0  Ceará11 de março de 2023[45]
72019Corinthians  9–0  São Francisco EC14 de julho de 2019[46]
Santos  9–0  Sport13 de julho de 2019[47]
2020Kindermann  9–0  Audax10 de setembro de 2020[48]
Internacional  9–0  Audax11 de outubro de 2020[49]
2023Palmeiras  9–0  Real Ariquemes26 de fevereiro de 2023[50]
82014Sport  1–9  São Francisco EC25 de setembro de 2014[51]
92014Avaí  0–8  Botafogo17 de setembro de 2014[52]
Chapecoense  8–0  Avaí25 de setembro de 2014[53]
2015Santos  8–0  Botafogo-PB4 de outubro de 2015[54]
2018Corinthians  8–0  Pinheirense16 de maio de 2018[55]
Sport  8–0  Pinheirense22 de maio de 2018[56]
2019Santos  8–0  São Francisco EC27 de março de 2019[57]
2021Palmeiras  8–0  Napoli20 de junho de 2021[58]
2023Real Ariquemes  0–8  Ferroviária26 de março de 2023[59]

Ver também

Referências