GTK

linguagem de programação

GTK (anteriormente GTK+ e GIMP Toolkit) é um toolkit multiplataforma para a criação de interfaces gráficas. É liberado sob a licença GNU LGPL, permitindo que softwares proprietários e livres o utilizem em sua construção. É um software livre e integra o projeto GNU. Foi desenvolvido inicialmente ao GIMP, por isso foi batizado de GIMP toolkit, com abreviação GTK+. Foi desenvolvido originalmente por Peter Mattis, Spencer Kimball e Josh MacDonald.[4]

GTK
Logótipo da GTK
GTK
Captura de tela
GTK
Widget Factory, uma demonstração de widgets do GTK
AutorPeter Mattis; Spencer Kimball; Josh MacDonald
DesenvolvedorThe GNOME Project
PlataformaMultiplataforma
Lançamento14 de abril de 1998 (26 anos)
Versão estável4.12.0 (5 de agosto de 2023; há 8 meses[1])
Idioma(s)Mais de 50 idiomas[2]
Escrito emC, CSS[3]
Sistema operativoMultiplataforma
Gênero(s)Toolkit de widgets
LicençaGNU LGPLv2.1+
Página oficialwww.gtk.org

GTK e Qt suplantaram outros toolkits; e hoje são os dois conjuntos de widgets mais usados para as plataformas X11[5] e Wayland[6]. O GTK é muito popular, sendo usado em um grande número de aplicações e no ambiente de desktop GNOME (que por sua vez também é muito popular).

Design

GTK é escrito em C e seu design é orientado a objetos com base no sistema de objetos da biblioteca GLib. Existem interfaces para construção de programas GTK para Python, JavaScript, C++, Rust, Vala, entre outras linguagens.[7][8]

É possível customizar a aparência do toolkit por completo através de temas compostos de imagens e CSS. Também é possível alterar a forma com que widgets são desenhados através do uso de engines. Existem engines emulando a aparência de outros populares toolkits ou plataformas como Windows 95, Qt, ou NEXTSTEP.

Usos

Aplicativos

Alguns aplicativos notáveis que usam ou uma vez usaram o GTK como toolkit de widget incluem:

  • GNOME Core Applications – como parte do ambiente de desktop GNOME, desenvolvido em conjunto com o próprio GTK.

Ambientes de desktop

Vários ambientes de desktop utilizam o GTK como o kit de ferramentas de widgets.

Ativos

  • GNOME, baseado no GTK, o que significa que os programas nativos do GNOME usam o GTK
  • Budgie, construído a partir do zero para o sucessor do SolusOS, Solus Operating System
  • Cinnamon, um fork do GNOME 3 e usa o GTK+ versão 3
  • MATE, um fork do GNOME 2, que foi atualizado para suportar o GTK+ 3
  • Xfce, atualmente baseado no GTK+ 2 com suporte e eventuais planos de migração para o GTK+ 3
  • Pantheon usa exclusivamente o GTK+ 3, sendo desenvolvido pelo elementary OS
  • Sugar, um ambiente de desktop voltado para a educação infantil, que usa o GTK, especialmente PyGTK
  • KDE, embora baseado em Qt, tem integração com programas e temas escritos em GTK desde a versão 4.2

Descontinuados

  • Unity, o antigo ambiente de desktop padrão do Ubuntu
  • LXDE (Lightweight X11 Desktop Environment) é baseado no GTK+ 2
  • Access Linux Platform (sucessor da plataforma para PDA Palm OS)
  • Consort, the GNOME 3.4 Fallback Mode – fork do SolusOS
  • GPE, the GPE Palmtop Environment
  • ROX Desktop, uma área de trabalho leve, com recursos da GUI do RISC OS

Diversos

Os programas GTK podem ser executados em ambientes de desktop baseados em X11 ou gerenciadores de janelas, mesmo aqueles que não são feitos com o GTK, desde que as bibliotecas necessárias estejam instaladas; isso inclui o macOS se o X11.app estiver instalado. O GTK também pode ser executado no Microsoft Windows, onde é usado por alguns aplicativos populares multiplataforma, como o Pidgin e o GIMP. O wxWidgets, um kit de ferramentas de interface multiplataforma, usa o GTK no Linux.[9] Outros portes incluem o DirectFB (usado pelo instalador do Debian, por exemplo) e ncurses.[10]

Exemplo

Exemplo de aplicativo na linguagem C:

#include <gtk/gtk.h>static void on_activate (GtkApplication *app) {  // Cria uma nova janela  GtkWidget *window = gtk_application_window_new (app);  // Cria um novo botão  GtkWidget *button = gtk_button_new_with_label ("Olá, Mundo!");  // Quando o botão for clicado, fecha a janela passada como um argumento  g_signal_connect_swapped (button, "clicked", G_CALLBACK (gtk_window_close), window);  gtk_window_set_child (GTK_WINDOW (window), button);  gtk_window_present (GTK_WINDOW (window));}int main (int argc, char *argv[]) {  // Cria um novo aplicativo  GtkApplication *app = gtk_application_new ("com.example.Hello",                                             G_APPLICATION_FLAGS_NONE);  // Quando o aplicativo for ativado  g_signal_connect (app, "activate", G_CALLBACK (on_activate), NULL);  return g_application_run (G_APPLICATION (app), argc, argv);}

E o equivalente em Rust:

use gtk::glib::{self, clone};use gtk::prelude::*;fn main() -> glib::ExitCode {    // Cria um novo aplicativo    let app = gtk::Application::builder()        .application_id("com.example.Hello")        .build();    // Quando o aplicativo for ativado    app.connect_activate(|app| {        // Cria uma nova janela        let window = gtk::ApplicationWindow::new(app);        // Cria um novo botão        let button = gtk::Button::with_label("Olá, Mundo!");        // Quando o botão for clicado, fecha a janela        button.connect_clicked(clone! { @weak window => move |_| window.close() });        window.set_child(Some(&button));        window.present();    });    app.run()}

E as dependências no arquivo Cargo.toml:

[dependencies.gtk]version = "0.7.2"package = "gtk4"

Versões

GTK+ 1

O GTK+ foi originalmente projetado e usado no GNU Image Manipulation Program (GIMP) como um substituto do kit de ferramentas Motif; em algum momento, Peter Mattis ficou desencantado com o Motif e começou a escrever seu próprio kit de ferramentas GUI, chamado GIMP toolkit, e substituiu o Motif pelo GTK no GIMP na versão 0.60.[11] Finalmente, o GTK foi reescrito para ser orientado a objetos e foi renomeado como GTK+.[12] Ele foi usado pela primeira vez na versão 0.99 do GIMP. O GTK+ foi posteriormente adotado para manutenção pela GNOME Foundation, que o utiliza no ambiente de desktop GNOME.

GTK+ 2

GTK+ 2 é o sucessor do GTK+. Suas novas características incluem o Pango, um novo engine para temas, acessibilidade usando ATK, completa transição para Unicode usando UTF-8 para strings e um API flexível. Entretanto, o GTK+ 2 não é compatível com o GTK+ 1 e suas aplicações precisam ser portadas a ele. O GTK+ 1 é menos complexo que o GTK+ 2.

GTK+ 3

GTK+ 3 é o sucessor do GTK+ 2. Suas novas características incluem o Cairo (para desenhar elementos gráficos), XI2 (XInput2, para o processamento de eventos de dispositivo de entrada) e etc.[13]

GTK 4

GTK 4 é o sucessor do GTK+ 3. Suas novas características incluem novas APIs de transferências de dados, controladores de eventos, gerenciadores de layout, nós de renderização, reprodução de mídia, listas escalonáveis, sombreadores e de acessibilidade; suporte a API Vulkan, suporte melhorado ao Windows e ao macOS, melhorias no OpenGL, melhorias no backend HTML5 Broadway, migração do GNU Autotools para Meson.[14]

Ver também

Referências

Ligações externas

Wikilivros
O Wikilivros tem um livro chamado GTK+