La Niña

evento climático contínuo que provoca alterações climáticas na Terra

O La Niña é um fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Assim como o El Niño, sua ocorrência gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.[2]

Anomalia da temperatura dos oceanos em novembro de 2007, sob influência de um La Niña.[1]

Os ventos ascendentes no Pacífico Central e Ocidental, descendentes no oeste da América do Sul, alísios (de leste para oeste) próximos à superfície e de oeste para leste em altos níveis da troposfera correspondem à chamada Célula de Walker, área de constante evaporação que regula o padrão de circulação da convecção originada sobre o oceano. Em situações normais, as águas mais quentes do Pacífico Equatorial Oeste são represadas pela intensificação dos ventos alísios. Com o La Niña, o afloramento aumenta e a termoclina se torna mais rasa a leste do Pacífico, ao mesmo tempo em que as águas quentes são represadas mais a oeste que o normal, alongando a Célula de Walker.[3][4][5]

O termo "La Niña" é espanhol e significa "a menina",[3] em uma alusão ao contrário de "El Niño" ("o Menino", em referência ao Menino Jesus). Outros nomes como "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir ao resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade.[2][4] As últimas ocorrências com forte intensidade foram registradas em 1988–1989, 1998-2001, 2007–2008 e 2020-2023.[1][6][7]

Consequências

A velocidade dos ventos aumenta a intensidade da Célula de Walker, isto provoca mais chuva no Sudeste Asiático e no norte da Oceania e secas na costa oeste da América do Sul, pois impede a convecção do ar.

Entre os meses de dezembro e fevereiro:[1]

Entre os meses de junho e agosto:[1]

  • Inverno árido nas regiões Sul e Sudeste do Brasil
  • Aumento do frio na costa oeste da América do Sul
  • Frio e chuvas na região do Caribe (América Central)
  • Aumento das temperaturas na região leste da Austrália
  • Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia

No Brasil

Os principais efeitos de episódios do La Niña observados sobre o Brasil são:[8]

  • Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul
  • Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno
  • Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; Tendência às chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia; Chuvas acima da média para o setor centro-norte do Nordeste
  • Chuvas muito acima da média no leste dos estados da Região Sul, estiagem no oeste destes estados e no Paraguai
  • Em alguns episódios, chuva volumosa e frio na Região Sudeste do Brasil.

Em geral, um episódio La Niña começa a desenvolver-se em um certo ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. Ele pode, no entanto, durar até dois anos. Sua intensidade é tão forte que os episódios La Niña permitem, algumas vezes, a chegada de frentes frias até à Região Nordeste notadamente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, e na Região Norte principalmente Rondônia e Acre.[carece de fontes?]

Ver também

Referências

Ligações externas

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