Licranço

 Nota: Se procura o réptil da subordem dos Amphisbaenia, veja Blanus cinereus.

O Anguis fragilis, comummente conhecido como licranço,[1] é um réptil da ordem dos sáurios, de membros ausentes (ápode).[2] Pertence à família dos anguídeos.[2] É nativo de África, da Europa e da Ásia.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLicranço
Licranço na Polónia
Licranço na Polónia
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Subfilo:Vertebrata
Classe:Reptilia
Subclasse:Lepidosauria
Ordem:Squamata
Subordem:Sauria
Família:Anguidae
Género:Anguis
Espécie:A. fragilis
Nome binomial
Anguis fragilis
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica
Distribuição na Europa
Distribuição na Europa

Nomes comuns

Além do nome comum «licranço» (e das respectivas grafias alternativas alicranço[4], licanço[5], alicanço[6], liscranço[7], nicanço[8], liscanço, aliscanço, leicranço[9]) dá ainda pelos seguintes nomes comuns: fura-mato[10] (não confundir com a espécie Rallus aquaticus, que consigo partilha este nome comum), ânguis,[11] anguinha,[12] orveto[13] e cobra-de-vidro[14] (não confundir com a espécie Blanus cinereus, que consigo partilha este nome comum).

Etimologia

O nome comum «licranço», e as suas variantes ortográficas, provêm do étimo árabe al-'qrab, que significa «lacrau».[15]

Descrição

Apesar do nome vulgar "cobra-de-vidro", estes animais são, de facto, lagartos.[16] Entre as características que os diferenciam das cobras estão:

  • a pálpebra – os lagartos possuem pálpebras móveis e as cobras não;
  • a sua língua é dividida em vez de bifurcada, como acontece nas cobras;
  • a troca de pele desses lagartos ocorre em farrapos, em vez da pele inteira, como acontece nas cobras.[17]

A pele tem um toque suave e é composta por escamas não sobrepostas. Tal como outros lagartos, o licranço autotomiza-se, o que significa que podem perder a cauda, de forma a fugir a predadores. A cauda volta, depois, a crescer, mas raramente atinge o tamanho inicial.[17] As fêmeas têm frequentemente uma risca no dorso, enquanto que o macho pode ter manchas azuladas.

São animais diurnos, gostando de se aquecer ao sol. São carnívoros e, como se alimentam de lagartas, larvas e lesmas, encontram-se frequentemente junto a campos com erva.[2]

As fêmeas dão à luz crias plenamente desenvolvidas. São, portanto, animais ovovivíparos. As fêmeas podem ser encontradas, nos dias antes do parto, em locais soalheiros e quentes, tomando banhos de sol.

São comuns em jardins e especialmente benéficos, já que ajudam a controlar pragas prejudiciais de insectos e lesmas.

Os animais adultos conseguem atingir até 50 cm de comprimento e são conhecidos pela sua excepcional longevidade; acredita-se que sejam o tipo de lagarto com maior tempo de vida.

Existe o mito popular que a mordida dum licranço pode matar e as pessoas mal avistam um apressam-se a matá-lo, este animal até teve direito ao provérbio «picada de licranço dá sete dias sem descanso».[18] Apesar disso, o licranço não possui veneno ou peçonha.

Subespécies

Grande plano da cabeça de um licranço

Ver também

Referências

Bibliografia

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Wikispecies
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