Memorial das Vítimas do Comunismo

monumento
Memorial das Vítimas do Comunismo
Informação geral
País Estados Unidos
Data da construção12 de junho de 2007 (16 anos)
EstatutoMemorial
Localização
Memorial das Vítimas do Comunismo está localizado em: Estados Unidos
Memorial das Vítimas do Comunismo
Localizado na interseção da Avenida Massachusetts e Avenida New Jersey com G Street, NW.
 Distrito de Colúmbia
 Estados Unidos
38° 53' 54.56" N 77° 00' 43.39" W{{{latG}}}° {{{latM}}}' {{{latS}}}" {{{latP}}} {{{lonG}}}° {{{lonM}}}' {{{lonS}}}

O Memorial das Vítimas do Comunismo (em inglês: Victims of Communism Memorial) é um monumento localizado na cidade de Washington, nas imediações do edifício do Capitólio.

O objectivo deste memorial encontra-se expresso na sua respectiva inscrição:

"Para os mais de cem milhões de vítimas do comunismo e para os que amam a liberdade."

O Memorial das Vítimas do Comunismo foi inaugurado pelo Presidente George W. Bush, no 20.º aniversário do discurso de Ronald Reagan, junto ao Muro de Berlim.

Historial legislativo

A "Fundação do Memorial das Vítimas do Comunismo", foi instituída em 1994, na sequência da aprovação unânime, a 17 de Dezembro de 1993, da Resolução H.R. 3000 (Secção 905) do Congresso dos Estados Unidos, apresentada pelos congressistas californianos Dana Rohrabacher e Tom Lantos; Claiborne Pell, de Rhode Island e Jesse Helms, da Carolina do Norte, sendo posteriormente ratificada pelo presidente Bill Clinton (Public Law 103-199).[1]

Devido ao atraso no processo de criação do memorial, a autorização legislativa foi alargada através da Public Law 105-277 (Secção 326) de 21 de Outubro de 1998, até 17 de Dezembro de 2007, cabendo à "Fundação do Memorial das Vítimas do Comunismo" a responsabilidade inicial pelo financiamento e planeamento da construção do memorial.[2]

A "Fundação do Memorial das Vítimas do Comunismo"

O presidente honorário da Fundação é o antigo chefe de Estado norte-americano George Bush, e entre os seus membros encontram-se vários senadores dos Estados Unidos; os académicos Robert Conquest, Paul Hollander, Richard Pipes e R.J. Rummel; os ex-presidentes Guntis Ulmanis, da Letónia; Vytautas Landsbergis, da Lituânia; Lennart Meri, da Estónia; Lech Wałęsa, da Polónia; Emil Constantinescu, da Roménia; Arpad Goncz, da Hungria; Sali Berisha, da Albânia; e Václav Havel, da República Checa, bem como os dissidentes Yelena Bonner e Vladimir Bukovsky, da Rússia; Armando Valladares, de Cuba; e Harry Wu, da República Popular da China.

Concepção artística

Relativamente à concepção artística do memorial, os dirigentes da Fundação consideraram várias hipóteses temáticas:

Por fim, em Novembro de 2005, a National Capital Planning Commission aprovou a proposta artística apresentada pelo escultor Thomas Marsh.[4]

Esta proposta, consistia numa estátua de três metros de altura, réplica em bronze da Deusa da Democracia erigida pelos estudantes chineses, durante o Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989, por sua vez inspirada na Estátua da Liberdade e tendo como finalidade "homenagear os mais de 100 milhões de vítimas do comunismo".[5]

Fundamentação do memorial

Estimativa do número de vítimas causadas pelos regimes comunistas
PaísAnosVítimas
em milhares
República Democrática do Afeganistão1978-1987228
República Popular Socialista da Albânia1944-1987100
República Popular de Angola1975-1987125
República Popular da Bulgária1944-1987222
Camboja Democrático (Khmer Vermelho)1975-19792.035
República Popular do Camboja1979-1987230
República Popular da China1949-198761.911
República de Cuba1959-198773
República Socialista Checoslovaca1948-198765
República Democrática Popular da Etiópia1974-1987725
República Democrática Alemã1948-198770
Governo Revolucionário Popular de Granada19830,1
República Popular da Hungria1948-198727
República Democrática Popular da Coreia1948-19871.663
República Democrática Popular Lao1975-198756
República Popular da Mongólia1926-1987100
República Popular de Moçambique1975-1987198
República da Nicarágua1979-19875
República Popular da Polónia1948-198722
República Socialista da Roménia1948-1987435
União Soviética1917-198735.236
República Socialista do Vietname1945-19871.670
República Democrática Popular do Iémen1967-19871
República Socialista Federal da Jugoslávia1944-19871.073
Subtotal1917-1987106.267
Guerrilha comunista1944-19874.019
Total1917-1987110.286

Da lista[6] de crimes dos regimes comunistas destacam-se os seguintes:

  • milhares de vulgares cidadãos da União Soviética acusados de cumplicidade com o "inimigo" e executados no período que precedeu a Segunda Guerra Mundial. Por exemplo, em 1937, cerca de 144.000 pessoas foram detidas, tendo 110.000 sido executadas por suspeita de contactos com cidadãos polacos residentes na União Soviética. Também em 1937, 42.000 pessoas foram executadas por alegados contactos com trabalhadores alemães na U.R.S.S.

Inauguração do memorial

Na cerimónia de inauguração, em 12 de Junho de 2007, participaram mais de um milhar de convidados, entre os quais, membros do Governo, da Câmara dos Representantes e do Senado dos Estados Unidos; representantes das minorias étnicas; diversos dissidentes, como o poeta vietnamita Nguyen Chi Thien, o ex-preso político chinês Harry Wu, ou a lituana Nijolė Sadūnaitė;[7] representantes diplomáticos da Polónia, República Checa, Lituânia, Letónia, Estónia e República da China (Taiwan), bem como os que contribuíram financeiramente para a construção do Memorial.[carece de fontes?]

Durante a cerimónia, o Presidente George W. Bush mencionou algumas das nações que sofreram a repressão dos regimes comunistas:[8]

A estátua suscitou fortes críticas da Embaixada da República Popular da China, por invocar os trágicos acontecimentos da Praça da Paz Celestial, sendo por isso considerada um acto de difamação.[9]

O custo aproximado do projecto foi de um milhão de dólares, tendo a comunidade letã dos E.U.A. e doadores particulares do antigo bloco soviético sido os principais financiadores.[10]

Críticas

Andrei Tsygankov, da Universidade Estadual de São Francisco, criticou a estátua como uma expressão do lobby anti-Rússia em Washington. Descreveu-a como um renascimento do simbolismo da Guerra Fria.[11] O político russo Guennadi Ziuganov, líder do Partido Comunista da Federação Russa, também criticou o memorial, atacando os EUA e fazendo referência "ao sangue de civis no Iraque, Afeganistão, Somália, sérvios no Kosovo, baía de Guantánamo, bem como prisões da CIA na Europa Oriental [que] fazem parte da lista negra de crimes dos globalistas".[12]

A estátua gerou críticas da embaixada chinesa em Washington porque o memorial evoca os massacre da Praça da Paz Celestial em 1989 [9] (ver: Protestos e dissidência na China). Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China acusou os EUA de promover um pensamento de "Guerra Fria" e se intrometer nos assuntos internos da China, e emitiu um protesto formal.[13] A embaixada chamou sua construção de uma "tentativa de difamar a China". Lee Edwards, presidente da Fundação Memorial das Vítimas do Comunismo, declarou não ter conhecimento de nenhuma queixa oficial.[9]

Condenação internacional dos regimes comunistas

Diversos países têm condenado os regimes comunistas e prestado homenagem às suas vítimas: Albânia;[14] Bulgária;[15] Camboja;[16] Croácia;[17] Eslováquia;[18] Estónia;[19] Etiópia;[20] Geórgia;[21] Hungria;[22] Letónia;[23] Lituânia;[24] Macedônia do Norte;[25] Polónia;[26] República Checa [27](ver: Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo e Lei da Ilegalidade do Regime Comunista e dos Movimentos de Resistência); Roménia;[28] e Ucrânia.[29]

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aprovou, em 25 de Janeiro de 2006, uma resolução de condenação dos crimes praticados em nome da ideologia comunista.[30][31][32]

O Parlamento Europeu aprovou, em 22 de Setembro de 2008, a instituição do Dia da Fita Preta (Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nacional-Socialismo [33] ver: Comparação entre nazismo e stalinismo)

Ver também

Referências

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