Segunda Guerra na Chechênia

conflito na Chechênia e na Ciscaucásia em 1999–2000

A Segunda Guerra na Chechênia foi um conflito armado na Chechênia e no Cáucaso Norte, travado entre as forças da Federação Russa e a República Chechena da Ichkeria, além de grupos Islamistas e Jihadistas que apoiavam a Chechênia.

Segunda Guerra na Chechênia

BTR-80 russo parcialmente destruído após uma emboscada em Zhani-Vedeno.
Data
LocalChechênia, Rússia
DesfechoVitória Russa
  • Restauração do controle russo sobre o território checheno
  • Começo de uma Insurgência que dura até 2017.
Beligerantes
 Rússia República Chechena da Ichkeria
Emirado do Cáucaso
Mujahideen Estrangeiros

Apoio:

Lobos Cinzentos
Comandantes
Rússia Boris Yeltsin
Vladimir Putin
Rússia Dmitry Medvedev
Gennady Troshev
Alexander Baranov
Valentin Korabelnikov
Akhmad Kadyrov 
Ramzan Kadyrov
Ruslan Yamadayev 
Sulim Yamadayev
Said-Magomed Kakiyev
Aslan Maskhadov 
Dokka Umarov 
Ruslan Gelayev 
Shamil Basayev 
Salman Raduyev 
Vakha Arsanov 
Rappani Khalilov 
Arbi Barayev 
Akhmed Yevloyev prisioneiro
Ibn al-Khattab 
Abu al-Walid 
Abu Hafs al-Urduni 
Muhannad 
Forças
80 000 - 100 000 na Chechênia em 1999[3]
Entre 50 000 e 60 000 forças de seguranças republicanas e federais (exército russo e MVD) na Chechênia em 2006.[4]
3 000 - 5 000 kadyrovitas (2003-2004)[5]
5 000 kadyrovitas (2006)[6]
7 000[7]- 25 000 chechenos[8] e 5 000 mujahideens (1999)[9]
5 000 chechenos[7] e mais de 3 000 mujahideen (2000)
1 000 - 3 000 rebeldes, somente 700 - 750 ativos (2006)[3]
Baixas
4 249 mortos e 12 285 feridos entre 1999 e 2002 (militares)[10]14 113 militantes mortos (1999–2002)[11]
2 186 militantes mortos (2003–2009)[12]
25 000 civis mortos na Chechênia

O conflito é considerado continuação direta da Primeira Guerra da Chechênia, sendo parte do Conflito russo-checheno que se estende desde o século XVIII. Teve início em 1999 após uma série de ataques de rebeldes jihadistas chechenos na província do Daguestão ocorridos desde agosto de 1998, que ficou conhecido como a Guerra no Daguestão, e os Atentados contra apartamentos russos em 1999. Começou como uma operação para acabar com a independência de facto da república e trazer ela de volta para o controle da Federação Russa. A operação foi um sucesso, apesar das grandes baixas em ambos os lados, alto índice de morte de civis e várias alegações de Crimes de guerra e violações de Direitos humanos. Entretanto, o conflito continuou em menor escala com a Insurgência no Cáucaso Norte.

História

Artilharia russa em ação na Chechênia.

O estopim da crise, que leva a uma reação russa, foi uma série de atentados terroristas, contra um prédio residencial de famílias de soldados russos, que matou 62 pessoas, e outros atentados, em Moscou que causaram mais de 300 mortes. Outro ataque a um hospital, causou 120 mortes.

A campanha de 1999 reverteu o resultado da Primeira Guerra na Chechênia, em que a região havia ganho grande autonomia, que alguns consideravam independência de facto como a República Chechena da Ichkeria. Entretanto o único país que reconheceu a independência foi o Afeganistão durante o período do Talebã. Embora seja considerada por muitos como um conflito interno dentro da Federação Russa, a guerra atraiu um grande número de combatentes jihadistas (mujahidins) estrangeiros, incluindo redes terroristas apoiadas pelo Afeganistão.

Durante a campanha inicial, militares russos e os chechenos pró-Rússia enfrentaram os separatistas chechenos e os mujahidins estrangeiros em combate aberto. A capital chechena Grozny sofreu um longo cerco que durou de 1999 até meados de fevereiro do ano seguinte.

Chechênia no contexto regional do Cáucaso

A Rússia estabeleceu o controle direto da Chechênia, em maio de 2000 e após a ofensiva em grande escala. Focos esporádicos de resistência dos insurgentes chechenos continuaram em toda a região do Cáucaso durante mais alguns anos. O novo primeiro-ministro, Vladimir Putin (nomeado por Bóris Ieltsin um mês antes), tornou-se conhecido nacionalmente por ter liderado a ofensiva no Cáucaso e ter derrotado os separatistas chechenos. Putin venceu facilmente as eleições de 2000.

Alguns rebeldes chechenos também realizaram novos ataques terroristas contra alvos civis na Rússia, incluindo a invasão do teatro de Dubrovka, na periferia de Moscou, durante a realização de um espetáculo, o que resultou cerca de 200 mortes de civis, em 2002, depois que as forças especiais russas (Spetsnaz) bombearam um gás tóxico para dentro do teatro.

Vladimir Putin presidindo a cerimônia de retirada da Chechênia do 331 º Regimento aerotransportado 331 da Divisão 98 das Tropas Aerotransportadas da Rússia.

Em 2004, um grupo de terroristas chechenos atravessou a fronteira e tomou uma escola com mais de 1 000 crianças na cidade de Beslan, Ossétia do Norte. A Crise de reféns da escola de Beslan durou 3 dias e terminou com os terroristas detonando explosivos na escola e matando 334 e ferindo 700 pessoas.[13]

As violações generalizadas dos direitos humanos pelas forças combatentes (russas e separatistas), atraíram críticas internacionais, especialmente dos Estados Unidos e da União Europeia.

O apoio da Arábia Saudita aos separatistas chechenos tornou as relações russo-sauditas mais tensas, a ponto do presidente Putin ameaçar publicamente o governo saudita de retaliação militar caso um novo atentado daquele tipo ocorresse.

O apoio da Geórgia aos separatistas chechenos também é considerado um dos fatores que ajudaram a deteriorar as relações russo-georgianas na última década.

A continuidade da guerrilha em áreas montanhosas do Cáucaso mantém a tensão permanente na região.[14]

Referências

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