O nome "taekwondo" se origina da fusão de três ideogramas coreanosː
Tae (Pés)
kwon (Mãos)
Do (Caminho)
Em sentido global, taecondô indica a técnica de combate sem armas para defesa pessoal, envolvendo destreza no emprego das mãos e punhos, de chutes voadores, de esquivas e interseções de golpes com as mãos, braços ou pés, para a rápida destruição do oponente. Hoje em dia, o taecondô tornou-se olímpico, e, em muitas academias, pratica-se o taecondô olímpico. Basicamente, é um desporto de chutes com muito poder de explosão.
Nos Estados Unidos país onde o karatê era a arte marcial predominante nos anos 1980 e 1990, o taecondô foi, por muito tempo, ironicamente chamado de "karatê coreano". As artes marciais coreanas vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, mostrando que a Ásia não se limita apenas ao Japão ou à China. O taecondô é bem mais que medalhas, títulos ou promoções dadas aos vencedores de "competições" por aí afora. O taecondô é a capacidade de vencer uma dificuldade pessoal, é desenvolver outras áreas da vida pessoal por meio da ética empregada no treinamento do taecondô.
A mais popular das antigas artes marciais coreanas era o taekkyeon, um dos segmentos do soo bahk do. Apesar da rica história em artes marciais, as artes marciais coreanas desapareceram na obscuridade durante o final da Dinastia Joseon. A sociedade coreana tornou-se altamente centralizada e as artes marciais passaram a ser malvistas em uma sociedade cujos ideais eram simbolizados por seus reis-eruditos.[5] Durante seu reinado, Joseon consolidou o seu domínio absoluto sobre a Coreia, incentivou o fortalecimento dos ideais e doutrinas confucionistas na sociedade coreana e importou e adaptou a cultura da China. No entanto, a dinastia foi severamente enfraquecida durante o final do século XVI e início do século XVII, quando as invasões pelos vizinhos Japão e Dinastia Qing ultrapassaram a península, levando a uma política cada vez mais dura de isolamento, pelo qual a Coreia se tornou conhecido como o Reino Eremita. No entanto, o taekkyeon persistiu até final do século XIX.[6]
A arte marcial coreana surgiu como forma de renascimento depois dos conflitos e período de Ocupação japonesa da Coreia (1910-1945), quando houve supressão sistemática da cultura da Coreia.[7] Foi neste período que o taekkyeon ganhou um grande impulso e teve desenvolvimento expressivo, tornando-se um dos requisitos para ingressar na vida militar. Nesta época, os progenitores do taecondô foram enviados ao Japão, sendo expostos às artes marciais japonesas,[8] enquanto outros foram enviados para a China e Manchúria.[9][10][11][12] Quando a ocupação terminou em 1945, as escolas de artes marciais (Kwans) começaram a abrir na Coreia.[9][13] Existem diferentes pontos de vista sobre as origens do taecondô. Alguns pesquisadores acreditam que o taecondô foi inteiramente baseado no caratê,[14][15][16] pois possui técnicas e posturas que são idênticas às do caratê. Alguns acreditam que o taecondô foi baseado em antigas artes marciais coreanas: taekkyeon e soo bahk do,[12][17][18][19][20] ou foi resultado da fusão entre artes marciais coreanas e estrangeiras.[9][21][22][23][24][25] O taecondô originou da fusão de três estilos de caratê: o xotocã, o Shudokan e o Shito-ryu. Durante a invasão da Coreia pelo Japão, os jovens ricos coreanos eram mandados para o Japão e, lá, aprenderam as artes marciais japonesas. Retornando, criaram os Kwans, mudaram os nomes, acrescentaram uma ou outra técnica e criaram o taecondô e as outras artes marciais coreanas.[6]
Em 1978, foram formados os primeiros cintos negros portugueses (Nelson Costa, Alfredo Alcobaça, João Germano Oliveira, Pedro Pereira, Fernando Loio, João Loio, Paulo Reis,Carlos Alberto (Cabé), Eduarda Carvalho, Paulo Martins e tantos outros…). Portugal conta ainda com três participações em Jogos Olímpicos de Verão, Pedro Póvoa nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 (China), classificou-se em 7º lugar na categoria de menos de 58 kg,[26]Rui Bragança que participou na mesma categoria de peso (menos de 58 quilogramas), foi o primeiro português a ganhar um combate nos Jogos Olímpicos, mas não chegou o esforço e acabou por perder com o dominicanoLuisito Pie por 4-1 nos quartos de final classificando-se em 9º lugar nos Jogos Olimpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro,[27]Rui Bragança que em 2015 venceu os Jogos Europeus em Bacu (Azerbaijão) na mesma categoria de peso.[28] Hélder Gomes nos Jogos Surdolímpicos de Taipé (China) 2009, classificou-se em terceiro lugar conseguindo assim o bronze para Portugal (estes jogos são dedicados aos atletassurdos e surdos-mudos)[29]Em 18 Novembro de 2018, Eduarda Costa Ferraz sagrou-se Campeã Mundial de Poomsae Taecondô em Taipé, na categoria +65 ao serviço da selecção portuguesa. A atleta exerce a sua actividade desportiva no Clube de Taekwondo de Sintra, com orientação do Mestre Sérgio Ramos .
No Brasil, em julho de 1970 em São Paulo, trazido pelo grão-mestre Sang Min Cho, enviado oficialmente pela Internacional Taekwondo Federation, com a fundação da Academia Liberdade de Taekwondo.[carece de fontes?] Posteriormente vieram outros mestres, que também se estabeleceram no Brasil, proporcionando um desenvolvimento maior da arte.[carece de fontes?]
Natália Falavigna, uma das maiores e mais vitoriosas lutadoras de artes marciais do mundo, é a brasileira com maior número de medalhas internacionais no taecondô em toda história, única atleta no Brasil campeã mundial de taecondô nas categorias júnior, adulta e universitária. Natália também é a primeira medalhista do esporte para o Brasil e a única mulher brasileira medalhista olímpica de taecondô. Conquistada em Pequim 2008.[30]
Outro lutador de taecondô que conquistou uma medalha nas olímpiadas foi Maicon Andrade. O atleta conquistou o bronze na categoria +80kg nas olímpiadas do Rio 2016.[31]
Atualmente, o taecondô é uma arte marcial muito praticada em vários locais do Brasil e por amplamente difundida em escolas públicas e projetos sociais, por sua facilidade e engajamento com crianças.[carece de fontes?]
Em campeonatos de lutas, os atletas deste desporto devem utilizar equipamentos de proteção com o objetivo de não ocorrer ferimentos em função dos golpes e diminuir o impacto por eles causado. Os equipamentos de proteção servem para proteger a cabeça, o tórax, região genital, pernas, braços e mãos. A vestimenta ou uniforme usado, geralmente na cor branca de acordo com as regras da federação responsável, chama-se Dobok.
Os equipamentos obrigatórios para participar de uma competição oficial de taecondô são:
Criada pelo grão-mestre Haeng Ung Lee em 1983. Diferencia-se de outros estilos por incorporar treinamentos mais amplos, como defesa pessoal, armas, rupturas de madeira e programas especiais de acordo com cada praticante. Nas aulas, para além da luta competitiva, há treinos de defesa pessoal, projecções, torções e imobilizações. Para os cintos pretos, existe ainda a possibilidade de complemento dos conhecimentos com a aprendizagem do manuseamento de armas orientais. Dentre as armas treinadas no estilo, podem-se citar a catana, nunchaku, bastão (longo ou curto), tonfa (o popular cassetete), facas, kama, entre outras.[carece de fontes?]
Criada pelo grão-mestre Clóvis Nunes Ribeiro em 1991. O Grão-Mestre Clóvis Ribeiro resolveu fundar um estilo arrojado e moderno, que não perdesse a filosofia básica de toda a arte marcial.[carece de fontes?]
Criado pelo grão-mestre Jee Ho Lee, coreano radicado no EUA no ano de 1989, professa um estilo de taecondô chamado Hangil, tendo como seu maior representante e Presidente o Mestre Faixa Preta 8º Dan Agustin Garay Ramirez, na cidade de Lambaré, no Paraguai. Este estilo está presente nos Estados Unidos, Paraguai, Argentina, Uruguai, Itália, França e Alemanha.[carece de fontes?]
A caminhada do praticante de taecondô é dividida inicialmente em gub e, em seguida, em dãs.
Cada Gub corresponde a um Cinturão colorido, existindo dez gubs em ordem decrescente. Quanto menor o gub, maior será o seu desenvolvimento técnico. Cada cinturão colorido tem sua simbolização e significado:
Branca- Significa inocência, para um estudante iniciante que não possui conhecimento anterior sobre o taecondô.
Amarela - Significa a Terra da qual uma planta brota e começa a germinar, enquanto o alicerce do taecondô está sendo construído.
Amarela-Verde
Verde - Significa o crescimento da planta, enquanto as habilidades do taecondô estão se desenvolvendo.
Verde-Azul
Azul - Significa o Céu, através do qual a planta cresce até tornar-se uma árvore frondosa, enquanto o treinamento de taecondô progride.
Azul-Vermelha
Vermelha - Significa perigo, advertindo o estudante para exercitar o controle e alertando o adversário para ficar longe.
Vermelha-Preta
Preta - Ao contrário da branca, significa maturidade e habilidade no taecondô. Também indica a imunidade à obscuridade e ao medo.
As cores mencionadas acima não foram escolhidas arbitrariamente. São, de facto, baseadas na tradição. As pretas, vermelhas e azuis denotam os vários níveis de hierarquias durante as dinastias Koguryo e Silla. Outra nomenclatura é usada para o Cinturão-preto júnior com até quinze anos de idade, chamada de "Poom", vai do momento em que pega a faixa-preta pela primeira vez e é trocada de ano em ano (começa no primeiro e vai até o terceiro), se o Cinturão-preto júnior chegar ao terceiro poom com doze anos (por exemplo) terá de esperar até aos quinze anos, para assim pegar o segundo dan e seguir como faixa-preta "normal". Só foram criados três níveis para isso já que é bem difícil de um taecondista chegar na faixa preta aos doze anos e assim, como troca apenas de ano em ano, não fica com o terceiro poom por mais de um ano.
PRETA - 1ºDan/10ºDan "Sabedoria e conhecimento" - o universo
É o oposto ao branco, o alcance da maturidade e do conhecimento, é o crescimento intelectual e espiritual do aluno, é a consciência de que o taecondô muito mais do que uma simples luta, se confunde com a sua própria vida através de seus princípios e atitudes.
A caminhada do praticante dentro do taecondô é divida inicialmente em Kups e em seguida em Dans. Cada Kup corresponde a uma Cinturão colorido (Ti) que o taecondista amarra na cintura, por sobre o dobok, a vestimenta característica dessa arte marcial.
A partir daí, o praticante chega aos Dans, cujos sinais exteriores limitam-se à presença não-obrigatória de pequenos traços perpendiculares na faixa preta, indicando 1º Dan, 2º Dan etc., até o póstumo 10º Dan, que só é concedido ao 9º Dan que morre.
Cada dan corresponde a uma graduação da faixa preta. Existem dez dans, em ordem crescente, onde o décimo Dan é vitalício e só uma pessoa pode possuir. Quanto maior o dan, maior será seu desenvolvimento dos conhecimentos e aprimoramentos da arte. A cor preta simboliza dignidade, dedicação, postura e liderança.
Ti é o cinturão que o praticante de taecondô amarra na cintura por sobre o dobok, a vestimenta característica dessa arte marcial.
Podendo variar as cores de acordo com as federações.
No estilo JTF, os níveis de aprendizado são classificados por Cinturões coloridos correlacionadas a Kups:
Branca - 9º Kup
Amarela - 8° Kup
Laranja - 7º Kup
Verde - 6º Kup
Azul Claro - 5º Kup
Azul Escuro - 4º Kup
Roxa - 3º Kup
Vermelha - 2º Kup
Vermelha ponta Preta - 1º Kup
Preta - 1º Dan (graduações de faixas pretas vão do 1º ao 9º Dan)
No estilo WT, os níveis de aprendizado são classificados por faixas coloridas correlacionadas a gubs:
Branca - 9º Kup
Amarela - 8° Kup
Laranja - 7° Kup
Verde - 6º Kup
Roxa - 5º Kup
Azul - 4º Kup
Cinza - 3º Kup
Vermelha - 2º Kup
Vermelha e Preta - 1º Kup
Preta - 1º Dan (graduações de faixas pretas vão do 1º ao 9º Dan)
De forma a tornar o desporto mais apelativo e diminuir o número de discussões houve necessidade de adaptar o desporto à era moderna e criou-se um sistema electrónico de pontos, que detecta o pontapé por contacto e pressão nas áreas pontuáveis: colete e capacete.[32] Os combates oficias realizam-se em àreas de 8m x 8m, em três rounds de dois minutos com um minuto de pausa entre eles. Em caso de empate no final do 3º round, realiza-se um 4º round de dois minutos de morte súbita.[33]
4 pontos por ataque válido giratório ao colete com o pé;
3 pontos por ataque válido à cabeça com o pé;
5 pontos por ataque válido giratório à cabeça com o pé;
1 ponto por cada falta (Gam-jeom) cometida pelo adversário.
Sendo que os pontos rotativos têm de ser confirmados pelos Árbitros de canto. Para além do sistema de electrónico, nos últimos jogos olímpicos também foi introduzido o sistema de visionamento de IVR (Instant Video Replay), que pode ser pedido pelo treinador que acompanha o atleta para confirmar pontos ou outras ocorrências, sendo que no caso de a mesa não confirmar o pedido do treinador, este deixa de poder voltar a pedir o IVR.
O pontapé à cabeça é permitido. A luta ocorre em três rounds e em caso de empate há um quarto round, onde quem marca o primeiro ponto ganha. Caso haja um novo empate,o arbitro decide quem ganha.
ATA
O combate tem dois minutos ou 5 pontos máximos. O primeiro a ser atingido marca o final do combate. Quem atingir 5 pontos vence ou, ao chegar aos 2 minutos, ganha quem tiver obtido mais pontos.
Sistema de Pontos
1 ponto por ataque válido ao colete com o punho;
2 pontos por ataque válido ao colete com o peito do pé;
3 pontos por ataque giratório válido ao colete com o peito do pé;
3 pontos por ataque válido à cabeça com o pé;
4 pontos por ataque giratório válido à cabeça com o pé;
Advertências
Advertências são avisos feitos pelo árbitro a um dos competidores caso ele faça ações não permitidas.
Golpes com punho só podem ser direcionados ao colete, nunca à cabeça;
Golpes e pontapés só podem ser dados acima da faixa, nunca abaixo.
Todas as faltas serão computadas 1 ponto para o adversário de quem comete a infração.