Pterossauro
Os pterossauros constituem uma ordem extinta da classe Reptilia (ou Sauropsida), que corresponde aos répteis voadores do período Mesozóico. Embora sejam seus contemporâneos, estes animais não eram dinossauros.[5] O grupo surgiu no Triássico Superior e desapareceu na Extinção do Cretáceo-Paleogeno, há aproximadamente 66 milhões de anos. Os primeiros pterossauros tinham mandíbulas cheias de dentes e uma cauda longa, enquanto que as espécies do Cretáceo quase não possuíam dentes numa mandíbula que parecia um bico e a cauda estava bastante reduzida. Alguns dos melhores fósseis de pteurossauros vêm do planalto de Araripe no Brasil.
Pterossauro | |
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Uma amostra de vários pterossauros | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Clado: | Ornithodira |
Clado: | †Pterosauromorpha |
Ordem: | †Pterosauria Kaup, 1834 |
Subgrupos[1][2] | |
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Distribuição de locais de fósseis de Pterosauria. As espécies coloridas ou nomes de gêneros correspondem ao seu grupo taxonômico. Adaptado de Witton (2013).[3] Grupos taxonômicos baseados em Unwin et al. (2010).[4] |
O primeiro fóssil de pterossauro foi descrito em 1784 pelo naturalista italiano Cosimo Collini, que os interpretou como sendo de um animal aquático. Somente em 1809 Georges Cuvier faria a correção ao trabalho de Collini, afirmando tratar-se de um réptil voador, cuja asa era uma membrana corporal em conexão com os dedos da pata anterior, característica esta, que fez Cuvier denomina-lo pterodáctilo (do grego ptero = asas e dáctilo = dedos).[6]
As asas dos pterossauros eram constituídas por membranas dérmicas, fortalecidas por fibras, ligadas a partir do quarto dedo, que era desproporcionalmente longo. O pulso contém um osso extra, o pteróide, que ajuda a suportar esta membrana. As asas dos pterossauros terminavam nos membros posteriores, ao contrário dos morcegos atuais, onde as asas são braços modificados. Outras adaptações para o voo incluíam ossos ocos (como as aves modernas) e um esterno em forma de quilha, próprio para a fixação dos músculos usados no voo. Os pterossauros não tinham penas, mas há evidências de que algumas espécies pudessem ter o corpo coberto de pelos (no entanto, diferente ao dos mamíferos). O estilo de vida destes animais sugere que fossem de sangue quente (endotérmicos). As primeiras espécies a surgir no registro fóssil tiveram mandíbulas totalmente dentadas e caudas longas, enquanto as formas posteriores tinham uma cauda altamente reduzida, e alguns não tinham dentes.
A estrutura óssea e a dentição dos pterossauros sugere que fossem animais carnívoros. Outras pistas do seu comportamento são oferecidas por algumas descobertas fósseis:
- No Chile descobriu-se uma jazida com inúmeros pterossauros juvenis, o que sugere que procriassem em colônias como as aves marinhas atuais.
- Foi encontrado um dente de espinossauro embebido numa vértebra de pterossauro, o que mostra que eram presas pelo menos deste dinossauro.
Picnofibra
Picnofibras refere-se a cabelos, plumagens e tegumentos que costumavam ser chamados de tufos fossilizados.[7] Picnofibras eram estruturas curtas e simples. O único marco interno nesses filamentos era um canal que subia pelo meio e, ao contrário dos pêlos de mamíferos, as picnofibras não eram enraizadas na pele.[8]
Essas diferenças estabelecem que peles de pterossauro são separadas das de outras criaturas pré-históricas, incluindo dinossauros cobertos de penas. Picnofibras eram um traço universal de pterossauro, provavelmente presente nos primeiros membros da linhagem, e há evidências de que as proto-penas poderiam estar presentes nos primeiros dinossauros.[9]
Filogenia e Classificação
As relações internas dos Pterosauria estão em constante mudança, e a classificação a seguir é a união das filogenias mais recentes e bem embasadas.
- Ordem Pterosauria (extinta)[10][11][12]
- Faxinalipterus?
- Caviramidae?
- Eopterosauria?
- Preondactylia
- Preondactylus
- Caviramidae
- Carniadactylus?
- Caviaramus
- Raeticodactylus
- Austriadraconidae
- Articodactylus
- Austriadraco
- Seazzadactylus
- Zambellisauria
- Peteinosaurus
- Macronychoptera
- Dimorphodontidae
- Dimorphodon
- Caelestiventus
- Longchognata
- Eudimorphodon
- Novialoidea
- Campylognathoides spp
- Caelidracones
- Anurognathidae
- Sordes
- Rhamphorhynchidae
- Monofenestrata
- Darwinoptera
- Pterodactyloidea
- Kryptodrakon
- Lophocratia
- Archaeopterodactyloidea
- Pterodactylus
- Euctenochasmatia
- Germanodactylidae
- Eupterodactyloidea
- Haopterus
- Ornithocheiroidea
- Pteronodontoidea
- Piksi?
- Ornithocheiromorpha
- Serradraco
- Unwindia
- Lonchodectidae
- Lanceodontia
- Boreopteridae
- Lonchodraconidae
- Ornithocheirae
- Ornithocheirus
- Targaryendraconia
- Targaryendraconidae
- Cimoliopteridae
- Anhangeria
- Hamipteridae
- Anhangeridae
- Tropeognathinae
- Coloborhynchinae
- Anhanguerinae
- Pteranodontia
- Nyctosauridae
- Pteranodontidae
- Azdarchoidea/Tapejaroidea
- Dsungapteridae
- Azdarchoidea
- Tapejaridae
- Azdarchomorpha
- Alanqidae
- Chayangopteridae
- Radiodactylus
- Azdarchidae
- Pteronodontoidea
- Archaeopterodactyloidea
- Dimorphodontidae
Descobertas na História
A descoberta do maior réptil pré-histórico voador da América do Sul, encontrado no Nordeste do Brasil, foi anunciada em 20 de Março de 2013, pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O pterossauro media 8,5 metros de uma asa à outra e pesava 70 quilos. A descoberta foi feita na Chapada do Araripe, entre os estados do Ceará, Piauí e de Pernambuco, por três grupos de pesquisadores brasileiros. Eles encontraram 60% do fóssil do animal, incluindo o crânio, em bom estado de preservação.[13]
Alguns gêneros bem conhecidos
- Anhanguera
- Cearadactylus
- Dsungaripterus
- Pteranodon
- Pterodactilo
- Pterodaustro
- Quetzalcoatlus
- Rhamphorhynchus
Ver também
Referências
Ligações externas
- Folha: Pterossauro voava bem em brisas tropicais e mal com vento forte
- Faria, F.Felipe de A. (2012). Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia, 2012, Editora 34 & Scientiae Studia, p. 201-209. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-7326-487-6 (scientiaestudia.org.br)