G20

grupo formado pelos líderes das maiores economias mundiais
 Nota: Para o grupo de países emergentes, veja G20 (países em desenvolvimento).

O G20 ou Grupo dos 20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990.[1] Visa favorecer a negociação internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial. O peso econômico e a representatividade do G-20 conferem-lhe significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e da economia global.[2][3]

Grupo dos 20
(G20)
G20
Todos os líderes na Cúpula do G20 de 2021 em Roma, Itália.

TipoOrganização internacional
Fundação26 de setembro de 1999 (24 anos)
2008 (cúpula dos chefes de Estado/chefes de Governo)
PropósitoReunir economias industrializadas e em desenvolvimento sistemicamente importantes para discutir questões-chave na economia global.
Membros


Línguas oficiais5+
PresidênciaBrasil Luiz Inácio Lula da Silva
Sítio oficialwww.g20.org

O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além das responsabilidades individuais de qualquer organização.[4]

Com o crescimento da importância do G-20 a partir da reunião de 2008, em Washington, e diante da crise econômica mundial, os líderes participantes anunciaram, em 25 de setembro de 2009, que o G-20 seria o novo conselho internacional permanente de cooperação econômica, eclipsando o G8, constituído até então pelas sete economias mais industrializadas no mundo e a Rússia.[5][6][7]

A partir da 18.ª cúpula realizada em Nova Deli em 2023, a União Africana entra para a organização como membro permanente.[8].[9].:•

Criação

O G-20 foi criado em substituição ao G33 - que, por sua vez, havia substituído o G-22 -, durante a reunião de cúpula do G7, em Colônia, em junho de 1999. Em 26 de setembro do mesmo ano, foi estabelecido formalmente, na reunião de ministros de finanças. Sua reunião inaugural ocorreu em 15 e 16 de dezembro, em Berlim.

O novo Grupo dos 20 foi proposto como um novo fórum para cooperação e consulta nas matérias pertinentes ao sistema financeiro internacional. Estuda, revisa e promove a discussão entre os principais países desenvolvidos e os emergentes. É integrado pelos ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais do G7 e de outros 13 países chaves, além do Banco Central Europeu.

Na reunião de 14-15 de novembro de 2008, pela primeira vez, reuniram-se não os ministros de finanças dos países membros do G-20, mas os respectivos chefes de Estado ou de governo, o que representou uma mudança significativa no papel do G-20, que passou a assumir a centralidade como fórum de discussão sobre governança internacional antes ocupada pelo G7.[10][11][12]

Objetivos

O objetivo principal do G20 é reunir regularmente as mais importantes economias industrializadas e emergentes para discutir questões-chave da economia global [13] e promover políticas compatíveis com o comunicado aprovado pelo G20, na reunião de Berlim, em 2004.[14][15] Este acordo realça uma variedade da política neoliberal, incluindo:

Reunião do G20 realizada em Washington, D.C. em 5 de novembro de 2008.

Em 2006 o tema da reunião do G20 foi "Construindo e Sustentando a Prosperidade". As questões discutidas incluíram reformas domésticas para realizar o "crescimento sustentado", energia e mercados globais de commodities, a 'reforma' do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, e o impacto de mudanças demográficas decorrentes do envelhecimento da população.

Em 2007, na África do Sul, os principais temas propostos foram:

Países membros e organizações

Nas reuniões de cúpula do G-20, participam os líderes dos 19 países e também da União Africana e União Europeia. Nas reuniões de nível ministerial, participam os respectivos ministros das finanças e presidentes de bancos centrais.[17][18]

RegiãoMembroLíderMinistrosPresidente do Banco Central
África
 África do Sul
Presidente
Cyril Ramaphosa
Ministro das Finanças
Enoch Godongwana
Lesetja Kganyago
América do Sul
 Argentina
Presidente
Javier Milei
Ministro da Economia e Finanças Públicas
Luis Caputo
Miguel Pesce
 Brasil
Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Fazenda
Fernando Haddad
Roberto Campos Neto
América do Norte
 Canadá
Primeiro-ministro
Justin Trudeau
Ministro das Finanças
Chrystia Freeland
Tiff Macklem
 Estados Unidos
Presidente
Joe Biden
Secretária do Tesouro
Janet Yellen
Jerome Powell
 México
Presidente
Andrés Manuel López Obrador
Secretário das Finanças e do Crédito Público
Rogelio Ramírez de la O
Victoria Rodríguez Ceja
Ásia Oriental
 China
Presidente
Xi Jinping
Ministro das Finanças
Liu Kun
Yi Gang
 Japão
Primeiro-ministro
Fumio Kishida
Ministro das Finanças
Shunichi Suzuki
Haruhiko Kuroda
 Coreia do Sul
Presidente
Yoon Suk-yeol
Ministro de Estratégia e Finanças
Choo Kyung-ho
Rhee Chang-yong
Ásia Meridional
 Índia
Primeiro-ministro
Narendra Modi
Ministro das Finanças
Nirmala Sitharaman
Shaktikanta Das
Sudeste
asiático
 Indonésia
Presidente
Joko Widodo
Ministro das Finanças
Sri Mulyani Indrawati
Perry Warjiyo
Sudoeste
Asiático
 Arábia Saudita
Rei
Salman bin Abdulaziz Al Saud
Ministro das Finanças
Mohammed Al-Jadaan
Fahad Almubarak
 Turquia
Presidente
Recep Tayyip Erdoğan
Ministro das Finanças
Nureddin Nebati
Şahap Kavcıoğlu
Europa
União Europeia
Presidente do Conselho Europeu[19]
Presidente da Comissão[19]
Charles Michel
Ursula von der Leyen
Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Monetários
Paolo Gentiloni
Christine Lagarde
 Alemanha
Chanceler
Olaf Scholz
Ministro Federal das Finanças
Christian Lindner
Joachim Nagel
 França
Presidente
Emmanuel Macron
Ministro da Economia, das Finanças e da Indústria
Bruno Le Maire
François Villeroy de Galhau
 Itália
Presidente do Conselho de Ministros
Giorgia Meloni
Ministro da Economia e Finanças
Giancarlo Giorgetti
Ignazio Visco
 Rússia
Presidente
Vladimir Putin
Ministro das Finanças
Anton Siluanov
Elvira Nabiullina
 Reino Unido
Primeiro-ministro
Rishi Sunak
Chanceler do Tesouro
Jeremy Hunt
Andrew Bailey
Oceania
 Austrália
Primeiro-ministro
Anthony Albanese
Tesoureiro da Austrália
Jim Chalmers
Philip Lowe

Reuniões

1ª reunião de cúpula do G20 (2008).
7ª reunião de cúpula do G20 (2012).
10.ª reunião de cúpula do G20 (2015)
11.ª reunião de cúpula do G20 (2016).
13.ª reunião de cúpula do G20 (2018).
14.ª reunião de cúpula do G20 (2019).
16.ª reunião de cúpula do G20 (2021).

Reuniões ministeriais [20]

2011: Paris, França, 14-15 de outubro
2009: Horsham, Reino Unido, 14 de março
2008: São Paulo, Brasil, 8-9 de novembro
2007: Kleinmond, Cabo Ocidental, África do Sul, 17-18 de novembro
2006: Melbourne, Austrália, 18-19 de novembro
2005: Xianghe, Hebei, China, 15-16 de outubro
2004: Berlim, Alemanha, 20-21 de novembro
2003: Morelia, México, 26-27 de outubro
2002: Deli, Índia, 23 de novembro
2001: Ottawa, Canadá, 16-17 de novembro
2000: Montreal, Canadá, 25 de outubro
• 1999: Berlim, Alemanha, 15-16 de dezembro

Reuniões de cúpula[21] (chefes de estado e de governo)

O G-20 foi criado como uma resposta tanto para a crise financeira de 2007-2010 e para um crescente reconhecimento de que os países emergentes não foram adequadamente incluídos no núcleo da discussão econômica global e governança. O G-20 Cúpulas de Chefes de Estado ou governo foram realizadas, além de as reuniões do G-20 dos Ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais, que continuaram a se reunir para preparar cúpula dos líderes e implementar suas decisões. Após a estreia da cúpula em Washington-DC em 2008, os líderes do G-20 se encontraram duas vezes por ano em Londres e Pittsburgh em 2009, Toronto e Seul em 2010.

A partir de 2011, quando a França presidiu e organizou o G-20, as cúpulas serão realizadas apenas uma vez por ano.

DataPaísCidadeLocal
[22]Novembro 2008  Estados UnidosWashington, D.C.
[22]Abril 2009  Reino UnidoLondres[1]
[22]Setembro 2009  Estados UnidosPittsburgh[2]
[23]Junho 2010  CanadáToronto[3]
[24]Novembro 2010  Coreia do SulSeul[4]
[25]Novembro 2011  FrançaCannes[5]
Junho 2012[26]  MéxicoLos Cabos
Setembro 2013  RússiaSão Petersburgo
Novembro 2014  AustráliaBrisbane
10ªNovembro 2015  TurquiaAntalya
11ªSetembro 2016  ChinaHangzhou
12ªJulho 2017  AlemanhaHamburgo
13ªNov/Dez 2018  ArgentinaBuenos Aires
14ªJunho 2019  JapãoOsaka[27]
15ªNovembro 2020  Arábia SauditaRiade[28]
16ªOutubro 2021  ItáliaRoma[29]
17ªNovembro 2022  IndonésiaBali[30]
18ªSetembro 2023  ÍndiaNova Déli[30]
19ªJulho 2024  BrasilRio de Janeiro[30][31]

Agrupamento das nações

Para decidir qual nação membro vai presidir a reunião dos líderes do G20 em um determinado ano, todos os membros, exceto a União Europeia, são atribuídos a um dos cinco grupos diferentes, com todos menos um grupo com quatro membros e o outro com três. Nações da mesma região são colocadas no mesmo grupo, exceto Grupo 1 e Grupo 2. Todos os países de um grupo são elegíveis para assumir a presidência do G20 quando for a vez de seu grupo. Portanto, os estados do grupo relevante precisam negociar entre si para selecionar o próximo presidente do G20. A cada ano, um país membro do G20 diferente assume a presidência a partir de 1º de dezembro até 30 de novembro. Esse sistema está em vigor desde 2010, quando a Coreia do Sul, que está no Grupo 5, assumiu a presidência do G20. A tabela abaixo lista os agrupamentos das nações:

GrupoPaísesGrupoPaísesGrupoPaísesGrupoPaísesGrupoPaíses
1  Austrália2  Rússia3  Argentina4  França5  China
 Canadá  Índia  Brasil  Alemanha  Indonésia
 Arábia Saudita  África do Sul  México  Itália  Japão
 Estados Unidos  Turquia  Reino Unido  Coreia do Sul

Reunião de novembro de 2010 em Seul

Ver artigo principal: Cúpula do G20 em Seul (2010)

A reunião de cúpula do G-20 em Seul, nos dias 11 e 12 de novembro de 2010, teve como tema a guerra cambial que afeta o comércio internacional, em razão da desvalorização do dólar, com a consequente valorização das moedas de outros países, o que torna os produtos desses países mais caros no mercado global e, portanto, menos competitivos.

No final do encontro, os líderes do grupo dos 20 emitiram uma declaração, comprometendo-se a evitar desvalorizações competitivas de moedas e a fortalecer a cooperação internacional, visando reduzir os desequilíbrios globais.

Analistas avaliaram o comunicado do G20 apenas como uma declaração de intenções, sem indicação de medidas concretas.[32]

Ver também

Referências

Ligações externas