| Tântalo | |
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Aparência |
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azul cinza
Monocristal de tântalo de alta pureza (99,999%), alguns fragmentos cristalinos de tântalo, e um cubo de tântalo de alta pureza (99,99%) de 1 cm3 para comparação. |
Informações gerais |
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Nome, símbolo, número | Tântalo, Ta, 73 |
Série química | Metal de transição |
Grupo, período, bloco | 5, 6, d |
Densidade, dureza | 16650 kg/m3, 6,5 |
Número CAS | 7440-25-7 |
Número EINECS | |
Propriedade atómicas |
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Massa atómica | 180,94788 (2) u |
Raio atómico (calculado) | 200 pm |
Raio covalente | 138 pm |
Raio de Van der Waals | pm |
Configuração electrónica | [Xe] 4f14 5d3 6s2 |
Elétrons (por nível de energia) | 2, 8, 18, 32, 11, 2 (ver imagem) |
Estado(s) de oxidação | 5, 4, 3, 2, -1 (levemente ácido) |
Óxido | |
Estrutura cristalina | cúbica centrada no corpo |
Propriedades físicas |
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Estado da matéria | sólido |
Ponto de fusão | 3 290 K |
Ponto de ebulição | 5 731 K |
Entalpia de fusão | 31,6 kJ/mol |
Entalpia de vaporização | 743 kJ/mol |
Temperatura crítica | K |
Pressão crítica | Pa |
Volume molar | m3/mol |
Pressão de vapor | 0,776 Pa a 3269 K |
Velocidade do som | 3400 m/s a 20 °C |
Classe magnética | |
Susceptibilidade magnética | |
Permeabilidade magnética | |
Temperatura de Curie | K |
Diversos |
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Eletronegatividade (Pauling) | 1,5 |
Calor específico | J/(kg·K) |
Condutividade elétrica | S/m |
Condutividade térmica | 57,5 W/(m·K) |
1.º Potencial de ionização | 761 kJ/mol |
2.º Potencial de ionização | 1500 kJ/mol |
3.º Potencial de ionização | kJ/mol |
4.º Potencial de ionização | kJ/mol |
5.º Potencial de ionização | kJ/mol |
6.º Potencial de ionização | kJ/mol |
7.º Potencial de ionização | kJ/mol |
8.º Potencial de ionização | kJ/mol |
9.º Potencial de ionização | kJ/mol |
10.º Potencial de ionização | kJ/mol |
Isótopos mais estáveis |
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iso | AN | Meia-vida | MD | Ed | PD | MeV | 177Ta | sintético | 56,56 h | ε | 1,166 | 177Hf | 178Ta | sintético | 2,36 h | ε | 1,910 | 178Hf | 179Ta | sintético | 1,82 | ε | 0,110 | 179Hf | 180Ta | sintético | 8,125 h | ε β- | 0,854 0,708 | 180Hf 180W | 180mTa | 0,012 | >1,2×1015 a | ε β- γ | 0,929 0,783 0,075 | 180Hf 180W 180Ta | 182Ta | sintético | 114,43 d | β- | 1,814 | 182W | 183Ta | sintético | 5,1 d | β- | 1,070 | 183W |
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Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária. |
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O tântalo (forma preferida em Portugal e Brasil) ou tantálio é um elemento químico de número atômico 73 (73 prótons e 73 elétrons), símbolo Ta com massa atómica 181 u que se situa no grupo 5 (anteriormente chamado VB) da classificação periódica dos elementos. Trata-se de um metal de transição raro, azul grisáceo, duro, que apresenta brilho metálico, cor meio acinzentada e resiste muito bem à corrosão. Na temperatura ambiente o tântalo encontra-se no estado sólido.
É encontrado no mineral tantalita. Fisiologicamente inerte, de modo que, entre suas varias aplicações, pode ser empregado para a fabricação de instrumentos cirúrgicos e em implantes.
Foi descoberto em 1802 por Anders Gustaf Ekeberg em minerais provenientes da Suécia e Finlândia e isolado por Jons Berzelius em 1820.
O tântalo é um metal cinzento, denso, dúctil, muito duro, resistente a corrosão por ácidos e um bom condutor de calor e eletricidade. Em temperaturas abaixo de 150 °C o tântalo é quase completamente imune ao ataque químico, mesmo pela agressiva água régia. Somente é atacado pelo ácido fluorídrico, ácido que contem o íon fluoreto ou mediante fusão alcalina. O elemento tem o quinto maior ponto de fusão dos elementos conhecidos, perdendo apenas para o Ósmio, Rênio, Tungstênio e o Carbono. O tântalo tem a maior capacitância por volume entre todas as substâncias.
Assemelha-se ao nióbio, podendo ser encontrados nos minerais columbita-tantalita.
O principal uso do tântalo é como óxido, um material dielétrico, para a produção de componentes eletrônicos, principalmente capacitores, que são muito pequenos em relação a sua capacidade. Por causa desta vantagem do tamanho e do peso os principais usos para os capacitores de tântalo incluem telefones, pagers, computadores pessoais, e eletrônicos automotivos
O tântalo também é usado para produzir uma série de ligas que possuem altos pontos de fusão, alta resistência e boa ductilidade. O tântalo de carbono, um tipo de carbeto muito duro, é usado para produzir ferramentas de cortes, furadeiras e máquinas trefiladoras. O tântalo em superligas, é usado para produzir componentes de motores de jatos, equipamentos para processos químicos, peças de mísseis e reatores nucleares. Filamentos de tântalo são usados para a evaporação de outros metais como o alumínio.
Por ser não irritante e totalmente imune à ação dos fluidos corporais, é usado extensivamente para produzir equipamentos e implantes cirúrgicos em medicina e odontologia. O óxido de tântalo é usado para elevar o índice de refração de vidros especiais para lentes de câmera. O metal também é usado para produzir peças eletrolíticas de fornalhas de vácuo.
O tântalo (do grego "Tântalo", pai de "Níobe" na mitologia grega) foi descoberto em 1802 por Anders G. Ekeberg em minerais provenientes da Suécia (Ytterby) e da Finlândia (Kimito) e isolado em 1820 por Jons Berzelius. Até 1844 muitos químicos acreditavam que o nióbio e o tântalo eram o mesmo elemento. Os pesquisadores Rowe (1944) e Jean Charles Galissard de Marignac (1866) demonstraram que os ácidos nióbico e tantálico eram compostos diferentes. Posteriormente os investigadores puderam isolar somente o metal impuro, e o primeiro metal dúctil relativamente puro foi produzido por Werner von Bolton em 1903. Em 1922, um engenheiro de uma usina de Chicago (Estados Unidos) conseguiu obter industrialmente o tântalo com 99,9% de pureza. Os filamentos feitos com o metal tântalo eram usados em lâmpadas incandescentes até serem substituídos pelo tungstênio.
Seu nome é derivado do carácter Tântalo (filho de Zeus e pai de Níobe, da mitologia grega), que, por desagradar aos deuses, foi condenado a ficar eternamente com fome e sede mergulhado de joelhos com água até o pescoço, sob uma árvore carregada de frutos. Quando se dobrava para beber, a água drenava e, quando levantava as mãos para apanhar frutos, os galhos se moviam para fora do seu alcance. Esta similaridade com o comportamento não reativo do tântalo – estar entre reagentes e não ser afetado por eles – foi a origem do seu nome.
Ocorre principalmente no mineral tantalita ((Fe, Mn) Ta2O6], euxenita e outros minerais como a samarskita e a fergusonita. A tantalita é encontrado na maior parte misturado a columbita. Na crosta terrestre, o tântalo participa com 8 ppm em peso.
O maior produtor de tântalo é a Austrália. Outros grandes produtores são Brasil e Canadá (como subproduto da mineração de nióbio); Tailândia e Malásia (como subproduto da mineração de cassiterita); China, Etiópia e Moçambique. Futuras fontes de abastecimento de tântalo estão sendo exploradas na Arábia Saudita, Egito, Gronelândia, Estados Unidos e Finlândia, além de países já citados acima. É estimado que o tântalo perfaça cerca de 1 ou 2 ppm da crosta terrestre, em peso.
O tântalo quase sempre é encontrado em minerais associado ao nióbio. Diversas etapas complicadas estão envolvidas na separação destes dois elementos. Comercialmente a produção do tântalo pode seguir um dos diversos métodos:
- eletrólise do fluortantalato de potássio fundido;
- Redução do fluortantalato de potássio com sódio;
- Reagindo o carboneto de tântalo com óxido de tântalo;
- Como subproduto da extração do estanho.
Fonte: USGS.
No Laboratório Nacional Los Alamos os cientistas desenvolveram um carbeto de tântalo (composto de grafite) que é um dos materiais mais duros sintetizados
Um dos compostos importantes é o pentóxido de tântalo (Ta2O5) que por ser um material dielétrico é usado para a fabricação de capacitores utilizados em equipamentos eletrônicos e, em vidros especiais para a fabricação de lentes devido ao alto índice de refração.
O tântalo natural é constituído por dois isótopos. O Ta-181 é um isótopo estável, e o Ta-180m é um radioisótopo (com meia-vida acima de 1015 anos) transformando-se lentamente num isômero nuclear.
Compostos que contêm tântalo raramente são encontrados, e o metal normalmente não causa problemas quando manuseado em laboratório, entretanto deve ser considerado como altamente tóxico. Há alguma evidência que os compostos de tântalo podem causar tumores, e a poeira do metal é explosiva.[1]