Amebíase

infeção causada por parasitas ameboides do género Entamoeba

Amebíase ou disenteria amébica é uma infeção causada por qualquer um dos parasitas ameboides do género Entamoeba.[3] Os sintomas são mais comuns em infeções por Entamoeba histolytica.[3] A doença pode não manifestar sintomas ou os sintomas podem ser ligeiros ou graves.[3] Os sintomas mais comuns são dores abdominais, diarreia e Diarreia com sangue.[3] Entre as possíveis complicações estão inflamação e ulceração do cólon com necrose dos tecidos ou perfuração gastrointestinal, o que pode resultar em peritonite.[3] As pessoas afetadas podem desenvolver anemia devido à perda de sangue.[3]

Amebíase
Amebíase
Ciclo de vida de várias espécies do género Entamoeba
SinónimosDisenteria amébica[1][2]
EspecialidadeInfectologia
SintomasDiarreia com sangue, dor abdominal[3]
ComplicaçõesColite grave, perfuração gastrointestinal, anemia[3]
CausasParasitas ameboides do género Entamoeba[3]
Método de diagnósticoExame das fezes, anticorpos no sangue[3]
Condições semelhantesColite bacteriana[3]
PrevençãoMelhoria do saneamento[3]
TratamentoEm tecidos: metronidazol, tinidazol, nitazoxanida, desidroemetina, cloroquina,
Infeção intestinal: furoato de diloxanida, diiodohidroxiquinoleína[3]
Frequência>480 milhões[3]
Classificação e recursos externos
CID-10A06.0
CID-9007.9
CID-11435671752
DiseasesDB4304
MedlinePlus000298
eMedicine212029, 996092
MeSHD004404
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Os cistos de Entamoeba são capazes de sobreviver até um mês no solo ou até 45 minutos sob as unhas.[3] A invasão do revestimento do intestino faz com que a diarreia seja acompanhada de sangue.[3] Se o parasita chega à corrente sanguínea, pode-se espalhar por todo o corpo e frequentemente instala-se no fígado, onde pode causar abcessos amebianos.[3] Estes abcessos no fígado podem ocorrer mesmo sem que tenha havido diarreia.[3] O diagnóstico é geralmente realizado com um exame das fezes ao microscópio, embora seja difícil distinguir os tipos específicos das bactérias envolvidas.[3] Nos casos mais graves pode ocorrer aumento do número de glóbulos brancos.[3] O exame mais preciso consiste em detectar a presença de anticorpos no sangue, embora possa continuar a apresentar resultados positivos após o tratamento.[3] A colite bacteriana manifesta sintomas semalhantes à amebíase.[3]

semelhantes vacina contra cólera.[3] A prevenção da amebíase consiste na melhoria das condições de saneamento, principalmente separar a água e alimentos das fezes.[3] Existem duas opções de tratamento, dependendo da localização da infeção.[3] A amebíase nos tecidos é tratada com metronidazol, tinidazol, nitazoxanida, desidroemetina ou cloroquina, enquanto a infeção nos intestinos é tratada com furoato de diloxanida ou diiodohidroxiquinoleína.[3] O tratamento eficaz de todos os estádios da doença pode necessitar de uma associação entre medicamentos.[3] As infeções sem sintomas não necessitam de tratamento. No entanto, uma vez que as pessoas afetadas podem transmitir o parasita, o tratamento pode ser considerado.[3] Não é necessário tratamento para infeções por outros Entamoeba para além do E. histolytica.[3]

Embora a amebíase esteja presente em todo o mundo,[4] a maior parte dos casos ocorre nos países em vias de desenvolvimento.[5] Cerca de 480 milhões de pessoas encontram-se infetadas com amebíase, que todos os anos é a causa de 40 000–110 000 mortes.[3] Atualmente suspeita-se que a maior parte das infeções sejam causadas por E. dispar.[3] A E. dispar é mais comum em determinadas regiões e é possível que os casos assintomáticos sejam menos comuns do que anteriormente se assumia.[3] O primeiro caso de amebíase a ser documentado aconteceu em 1875. Em 1891, a doença foi descrita em detalhe, tendo então surgido os termos disenteria amébica e abcesso hepático amebiano.[3] Em 1913, evidências obtidas nas Filipinas permitiram concluir que a doença era adquirida ao ingerir cistos de E. histolytica[3]

Referências

Ligações externas