Rinoceronte-indiano

O rinoceronte-indiano (Rhinocerus unicornis) é um mamífero encontrado no Nepal e na Índia, estando actualmente confinado a pradarias altas e florestas no sopé dos Himalaias. O nome que em português se dava a este animal era Ganda, com origem no termo sânscrito "ganda" ou "khadga".

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRinoceronte-indiano

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Perissodactyla
Família:Rhinocerotidae
Género:Rhinoceros
Espécie:R. unicornis
Nome binomial
Rhinoceros unicornis
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica
Distribuição histórica em rosa. Em vermelho, a distribuição em 1997.
Distribuição histórica em rosa. Em vermelho, a distribuição em 1997.

Descrição

A pele, grossa e recortada por profundas pregas, é de um cinzento-acastanhado, possui muito pouco pelo e está coberta de saliências rugosas e duras. O seu tamanho iguala o do rinoceronte-branco e é o quarto maior animal terrestre, depois das três espécies de elefantes. Os machos pesam entre os 2200 e os 3000 kg e as fêmeas rondam os 1600 kg. Mede de 365 a 380 cm de comprimento e de 145 a 170 cm de altura.

Possui um único corno, presente em ambos os sexos, que mede entre 20 e 53 cm, e que, tal como as nossas unhas, é feito de queratina. Os juvenis não apresentam corno, pois este só começa a crescer a partir dos seis anos. É importante referir que o corno não é usado como arma.

Comportamento

Estes rinocerontes vivem em pradarias altas e em florestas perto de cursos de água, mas graças à perda de habitat são forçados a virar-se para zonas de cultivo. São animais solitários, com excepção das mães e crias e dos pares que acasalam. Precisam de uma área de 2 a 8 km².

Não têm predadores naturais à excepção do tigre, que, na maioria das vezes, só ataca crias desprotegidas, embora haja registos de tigres terem atacado e se alimentando de rinocerontes-indianos adultos.

O rinoceronte-indiano é um herbívoro e a sua dieta consiste em erva, folhas, plantas aquáticas e frutos. Alimentam-se preferencialmente de manhã e à tarde.

Reprodução

As fêmeas podem ter crias aos cinco anos, enquanto que os machos só atingem a maturidade sexual aos nove. Quando entram no cio as fêmeas assobiam de modo a avisarem os machos de que estão prontas para acasalar. Combates ferozes entre machos irrompem durante esta a época de acasalamento. Contrariamente a outros rinocerontes, os indianos usam os seus dentes afiados da mandíbula inferior para lutar e os ferimentos daí resultantes mostram-se por vezes fatais. O período de gestação é de cerca de 16 meses e as crias são desmamadas aos 18 meses. As crias nascem a intervalos de 3 anos. As progenitoras são protectoras mas afugentarão as suas antigas crias após darem á luz uma nova.

Classificação

As formas fósseis, Rhinoceros sivalensis Falconer e Cautley, 1847; Rhinoceros namadicus Lydekker, 1876; Rhinoceros kagavena Deraniyagala, 1958 ; Rhinoceros palaeindicus Falconer e Cautley, 1847 ; Rhinoceros kendengindicus Dubois, 1908; e Rhinoceros barinagalensis Srivastava e Verma, 1972 são hoje consideradas sinônimos fósseis do Rhinoceros unicornis.

População e ameaças

Com uma população de apenas 100 indivíduos no início do século XX, esta espécie é já um sucesso da conservação apresentando actualmente perto de 2500 animais. No entanto, a caça ilegal para a obtenção do corno, que algumas culturas da região acreditam ter poderes curadores, e a perda de habitat para a agricultura continuam a ameaçar a espécie.

Os governos nepalês e indiano têm tomado medidas para proteger o rinoceronte-indiano com a ajuda do World Wildlife Fund (WWF).

Gráfico do tamanho da população de rinocerontes-indianos ao longo dos anos (em inglês e francês).
AnoTotalÍndiaNepal
1910100
195235030050
1958700400300
1963600
1964625440185
1966740575165
1968680
1971630
19831000
19841500
198617111334377
19871700
19901700
19941900
199521351600535
19972095
19982100
20002500
20022500
20052400

Ver também

Referências

Ligações externas